Eu estava aqui em casa, dormindo calmamente. Tive um dia cheio de fotos hoje para a Pandora, e tava um calor dos infernos lá, fiquei umas doze horas lá, voltei quase agora que são onze da noite e nem fui tomar banho, caí no sonho direto.
Mas deu apenas alguns minutinhos de sono e eu fui acordada com um barulho como se fosse chuva de granizo. Meu sono é muito leve, por isso acordei fácil com essa possível chuva.
Puta que pariu viu, eu não fechei a janela e deve estar chovendo pra dentro do meu quarto, merda!
Me levanto rápido pra poder ir fechar a janela, mas sem sucesso, já que a visão ficou toda preta, embaçada, distorcida e até meus ouvidos começaram a zumbir, a famosa "vertigem". Eu odeio quando isso acontece, parece que eu vou desmaiar, papo reto.
Assim que minha visão voltou ao normal, eu fui em passos acelerados até a janela e assim que me aproximei o suficiente, percebi que o barulho de chuva nem existia, mas o barulho de pedrinhas eram constantes.
Não é possível que tem alguma criança atentada daqui do condomínio que estivesse atacando pedrinhas ou seja lá oque for na minha janela da varanda. Eu juro que eu vou matar a pessoa que estiver ali.
Dou mais um passo acessando a varanda, e assim que estiquei meu corpo pra olhar pra baixo, forcei um pouco a minha visão e consegui enxergar quem? A criança encapetada do condomínio que eu chamo de "Be".
Nem fudendo que esse porra tá me acordando essas horas, desse jeito, comigo toda acabada, com meu pijama de regatinha de unicórnio, minha pantufa dos ursinhos carinhosos rosa e com uma touca de cetim na minha cabeça.
Se ele não perdeu o encanto agora, não perde o encanto nunca mais!
─────Que merda que você tá fazendo aqui, Bernardo? ─ eu pergunto baixo, me segurando pra não surtar e conseguindo ver um sorriso no rosto dele. Lindo até demais, mas também é estressante até demais.
─────Vim ver a minha preta, uai. ─ ele respondeu simples, incrível como ele consegue me ganhar com um apelido só e uma palavra de posse anteriormente do apelido. Mordi o lábio inferior pra não deixar um sorrisinho escapar, mas logo lembro de algo.
─────Be, meu primo tá no quarto que a varanda é literalmente do lado da minha. Se ele te ver aqui, ele te mata! ─ eu exclamei pra ele, passando a mão pelo meu rosto. Meu primo é o Murilo Polo, e é bem diferente de mim, tem um sono pesado que só, mas do jeito que eu sou azarada ele vai acordar MUITO fácil.
─────Só me deixa entrar pra mim ficar contigo, trouxe até presente, pô. ─ ele respondeu fazendo um mini drama e erguendo uma caixa de papelão com as duas mãos dele. Só vou deixar ele entrar por causa do presente, beijos.
