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POV Jeon Jungkook.





Esperei o turno de Cecilia acabar para trazê-la para casa. Depois de encontrar James mais cedo na frente do bar, meu corpo entrou em um estado de alerta nada saudável e eu simplesmente não consegui mais relaxar, meus músculos estão tensos e minha cabeça não silencia, os pensamentos correm soltos por ela sem que eu consiga os calar.

– O que houve? – Decido perguntar após vários ministros de silêncio dentro do carro, um comportamento nada comum quando se diz respeito a Cecília.

– Nada, tava pensando longe só – Ele responde virando os grandes olhos na minha direção. As palavras que saem da sua boca parecem ensaiadas e vazias, ela provavelmente não falaria o que de fato está acontecendo, Cecilia é uma péssima mentirosa.

– Jungkook – Ela me chama e eu desvio o olhar da estrada por breves segundos para olhá-la – Dói muito fazer uma tattoo?

– Depende do local, depende da pessoa. Dor é muito relativo, tem pessoas que sentem mais e outras menos – Tento explicar de um modo objetivo.

– Tava pensando em fazer uma tattoo, bem aqui – Ele levanta um pouco a blusa e aponta para parte traseira de suas costelas, logo abaixo de sua axila. Não consigo deixar de prestar atenção na pintinha que ela tinha no local – Jeon? O sinal abriu – Ela estala os dedos na frente do meu rosto e eu disfarço o fato de estar encarando sua pele desnuda por tanto tempo. A verdade é que Cecilia não precisa fazer muito esforço para ser bonita ou atraente, até nos seus pequenos gestos consegue ser graciosa e ela sequer parece  notar isso.

– Preciso que vá a um jantar comigo amanhã – Murmuro me concentrando em girar o volante para esquerda, fazendo a curva na rua onde moramos.

Hoje mais cedo meu irmão veio até mim, depois de eu evitar todas as ligações dele e da minha mãe, já que sabia do que se tratava o assunto. Desde o dia em que postei a foto com Cecilia isso vêm se tornando um assunto recorrente na minha família, não queria envolvê-la nisso, porém também não posso desmentir os relacionamento para minha mãe, então adiei o máximo que pude esse encontro.

– Com quem? – Ela solta o solta o cinto de segurança e abre a porta do carro

– Jantar com a minha família, mas se não quiser ir posso inventar uma desculpa para eles – Dou de ombros, essa não seria minha primeira opção, mas também não me incomodaria em inventar alguma desculpa qualquer para justificar sua ausência.

– Nossa – Cecilia para por alguns segundos e parece analisar algo – Por mim tudo bem. Seria estranho se eu não fosse né? Por mais que a gente não tenha nada, se eu fosse da sua família iria ficar chateada se alguém recusasse o convite sem um bom motivo, não gosto de deixar ninguém chateado, então eu vou. Vai ser bom para manter as aparências também – Ela começa a tagarelar. Suas bochechas inflam e as palavras deixam sua boca em uma velocidade que deixaria qualquer rapper com inveja, sei que está nervosa, Cecilia é uma pessoa muito simples de se decifrar, ela não esconde suas emoções e nem tenta, é um livro aberto, suas expressões, seus gestos, sua maneira de falar, tudo denúncia exatamente o que ela está sentindo, ela é uma presa fácil, qualquer um poderia manipulá-la sem muito esforço, sua habilidade de acreditar cegamente nas pessoas e confiar nelas provavelmente ainda vai lhe causar muitos problemas.

– Certo, vou avisar minha mãe – Consigo dizer após ela dar todo seu discurso – Vamos sair às cinco – Aviso entrando no elevador e ela aperta o passo enquanto seguro a porta do mesmo para ela poder entrar.

– Okay – Cecilia coloca alguns fios do seu cabelo atrás da orelha – O que eu devo vestir? – Ela arregala os olhos e vira o corpo em minha direção.

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