Capítulo 7

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Oii gente, cheguei com mais 1 capítulo. Boa leitura e espero que gostem. Beijos.

Andrew

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Andrew

Não há hotéis aqui por perto. 

Essa é a primeira coisa que se passa em minha cabeça quando noto a mentira escapar dos lábios de Kate ao dizer que está instalada em um hotel na região. 

A garota parece um animalzinho acuado enquanto me olha, deixando as íris extremamente azuis em evidência. Sua expressão está cansada, o rosto pálido. As olheiras abaixo dos olhos são visíveis, como se não dormisse bem há dias. Sinto o  medo exalando do seu corpo, sinto como se ela fosse fugir a qualquer instante assim que eu der mais um passo para a frente. 

Angelina havia dito que a amiga havia sido machucada quando as duas moravam no convento, mas não contou detalhes. Sei apenas o básico, ou o que Angelina se sentiu confortável em falar. Kate havia sido machucada, precisou passar um tempo no hospital e as duas perderam contato. Desconfiei que a situação tenha sido muito mais grave que isso, mas decidi não insistir no assunto. Mas agora, vendo Kate na minha frente, noto o quanto ela guarda feridas profundas. Um medo visceral está estampado em seus olhos de safiras. Uma desconfiança quase palpável. Ela analisa tudo que se movimenta a sua volta como se tivesse o mesmo reflexo de um veterano de guerra. 

A garota dá alguns passos para trás, é firme em rejeitar minha oferta de passar a noite na minha casa. Então eu não insisto. Assinto para ela e analiso a fisionomia pequena e muito magra dentro das roupas largas antes de seguir até o carro. 

Em menos de um minuto estou subindo as escadas que dão acesso a minha casa. Paro antes de abrir a porta e ainda consigo ver o momento que Kate vira as costas e sai andando pela rua vazia, segurando a bolsa com força, praticamente se arrastando a cada passada. 

Continuo observando seus passos a longa distância. Ela não se vira para olhar na minha direção, parece ter um objetivo marcado na mente. Alguns metros depois ela se vira na rua que leva há um parque arborizado aqui perto, e o que se passa na minha cabeça faz o sangue ferver em minhas veias. 

— Ela não faria isso? Faria? — murmuro para mim mesmo. 

A garota seria estúpida o suficiente para passar a noite em um parque, sozinha? 

Balanço a cabeça em negativa, tentando pensar que ela não seria tão inocente a este ponto. Nova Iorque é perigosa ao extremo, mesmo em bairros aparentemente tão calmos como esse. Cerrando a mandíbula, abro a porta  de casa e entro,  me forço a desviar o rumo dos meus pensamentos enquanto cumpro meu ritual diário. Tento me convencer que Kate é adulta e sabe o que está fazendo. 

Retiro o terno e a arma do coldre, deixo minha pasta no escritório, e sigo até a cozinha para me refrescar com um copo de água gelada. Depois pego o celular e faço uma chamada para minha filha, no entanto, a ligação cai direto na caixa de mensagens. O mesmo acontece com o número do seu marido e filho mais velho.

MEU FEDERAL ( Spin-off do Best-seller PECADOR)Onde histórias criam vida. Descubra agora