Capítulo XII

435 51 0
                                    

°•.✿.•°
–‹←‹← Estranhamento →›→›–

<<°✿°>>

O sol nasceu e os pulmões da menina se encheram de ar marinho, acordando-a assustada ao perceber que não estava em casa.

Hoje os filhos dos chefes lhes mostrariam o recife de Awa'atlu. At'anau sabia que as pessoas dos recifes passavam muito tempo na água, mas ela não esperava contribuir para esta adaptação tão cedo após a sua chegada.

Toda a família se preparou para aprender com as pessoas e as crianças foram as primeiras a partir quando Tsireya, Ao'nung an Rotxo os esperavam em seu casulo marui.

Todos os filhos mais novos seguiram os outros três, mas antes que At'anau também o fizesse, ela foi até a mãe, que viu os filhos partirem.

— Você não acha que eu ficaria melhor com você e com a Tsahik? — Ela particularmente não gostava de Ronal, mas a água parecia menos acessível naquele momento do que a líder espiritual dos Metkayinas, que não fizera nada além de fazê-los sentirem-se um fardo até que provassem o contrário.

Neytiri recolheu suas coisas e balançou a cabeça negativamente ao que a filha implorou  humildemente para que o seu pai não ouvisse.

— Mas, mãe- — O olhar de Neytiri foi o suficientes para a menina abaixar a cabeça e se acalmar.

— Eu preciso que você cuide da Tuk, ok? — Disse Jake, que se convidou para participar da conversa. At'anau se virou para o seu até que ele continuou a falar. — Não está sendo fácil para ninguém, mas ela admira você, então o que quer que você faça, ela faz, você me entende?

At'anau olhou para o seu pai e pensou em seus irmãos e realmente nem todos estavam muito felizes por estar aqui. E relembrando as emoções espressadas ontem, ela concluiu que era seu trabalho esconder esses sentimentos negativos e camuflá-los da melhor forma que podia para que seus irmãos começassem a enxergar a nova vida deles de uma maneira melhor

— Tudo bem. — Ela assentiu, obedecendo às palavras de seu pai. — Eu entendo.

Mas sua mãe sabia melhor do que isso.

A menina se virou e endireitou as costas enquanto seguia o caminho que seus irmãos faziam enquanto caminhavam, com o seu irmão gêmeo ao seu lado, que esperava por ela.

At'anau percebeu que os maruis estavam situados sobre a água, então o acesso a eles era mais eficiente. A costa logo sob seus pés, perfeito para eles pularem. Neteyam correu para acompanhar Lo'ak, que estava prestes a pular atrás das outras crianças e saltou com ele. Kiri se juntou a eles e Tuk observou a irmã com um sorriso afetuoso, mas com dúvida em seus olhos. Ela tentou ganhar impulso, mas suas pernas não a equilibraram. Foi então que ela foi levantada no ar e soltou um grito antes de soprar bolhas na água em que foi jogada por sua irmã mais velha.

Chegando à superfície, ela tirou o cabelo de Tuk do rosto, que soprou água do mar no rosto da irmã e soltou uma risada enquanto sorria divertidamente, olhando para os arredores sob a superfície, At'anau engoliu a ansiedade que surgiu quando ela se sentiu contida sob a água.

Tuk inalou, enchendo seus pulmões e bochechas de ar antes de mergulhar, incapaz de esconder sua curiosidade para ver todas as diferentes cores abaixo dela.

At'anau juntou-se a irmã mais nova mais por urgência em conhecer o ambiente em que se intrometia do que por curiosidade. Ela ficou perto da mais nova, cujo cabelo dançava em volta do seu rosto na água e observou os animais ao seu redor quase os ignorarem. Os peixes que nadavam eram pequenos, mas estranhos. At'anau não conhecia muito bem as criaturas do mar e seu nível de hostilidade, então não importava para a garota que fossem grandes ou pequenos para eles a mantesse nervosa.

ᵀʰʳᵒᵘᵍʰ ᵀʰᵉ ⱽᵃˡˡᵉʸ • ᴬᵒ'ⁿᵘⁿᵍOnde histórias criam vida. Descubra agora