Capítulo XXIV

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-«-«- Entendimentos -»-»-

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Na manhã seguinte, os gêmeos esperaram até que seus pais tivessem saído do casulo e que Tsireya fosse buscar suas irmãs. At'anau olhou as coisas de seu pai em busca de tecidos com os quais ela pudesse criar rédeas diferentes e menos danosas a sua mão, mas acabou não achando nada.

O irmão dela perguntou algumas vezes o que ela estava procurando, mas foi silenciado e recebeu a resposta de que isso iria estragar tudo. Neteyam observou a procura inquieta de sua irmã, que já estava perdendo as esperanças de achar o que procurava até que o brilho nos olhos dela retornasse e ela saísse da tenda.

Um barraco perto da estação onde os Ilus eram frequentemente chamados coletivamente tinha um arsenal cheio de diferentes equipamentos de montaria. At'anau deu a seu irmão a missão de distrair a garota Metkayina que vigiava a entrada da porta e ele o fez sem perguntar nada, mas levantar uma sobrancelha para demonstrar que se questionava do porque do pedido ele fez. Ele ficou perguntando à garota sobre diferentes materiais de enlaçar os animais e lentamente, mas firmemente, fez a menina Metkayina olhar longe da direção de sua irmã.

A menina entrou confiante, parecendo estar no seu suposto destino, e observou selas penduradas em ganchos na parede e em linhas do lado de fora.

Ela não conseguiu sair com o objeto inteiro, então rapidamente separou apenas as peças que precisava e saiu da cabana, ficando na visão de seu irmão para que ele soubesse que ela já tinha feito o que precisava.

O menino agradeceu à menina que ele tava distraindo, se desculpou por ter que ir embora e foi atrás da irmã, cujo passos iam em direção à beira do mar enquanto ela balançava a corda no ombro e batia palmas, chamando por seu Ilu; que emergiu das águas poucos segundos depois, com o irmão imitando e pulando em seu animal como sua irmã.

A menina olhou para trás para garantir que o menino conseguia acompanhá-la e ele a observou com um olhar questionador, mas com um sorriso no rosto, enquanto observava a excitação pouco frequente de sua irmã nas águas.

Seb gritou no ar, chamando pelo ilu que seguia ele e sua tutora e recebeu uma resposta em troca, resposta essa que as crianças não conseguiram traduzir, mas At'anau sentiu a velocidade crescente dos animais. Ela olhou ao redor para ver se eles estavam sendo visualizados por algum conhecido ou por um dos anciãos, mas quanto mais perto eles iam em direção à fronteira, mais vazias as águas ficavam.

Ela fez sinal para que seu irmão se movesse mais rápido em sua direção e mergulhou na água. O outro Ilu a seguiu de perto, já que a grande pedra no leste da ilha ainda estava bem distante.

Neteyam, que até agora apenas seguia sua irmã sem questionar nada, esperava que ela não o levasse para além do recife, pois ele poderia ficar em silêncio diante dos pais por ela, mas não mentir sobre fazer o que foram proibidos.

Demorou um pouco até que eles chegassem à pedra escondida entre outras rochas e Neteyam seguiu sua irmã, que rapidamente se dirigiu ao grande objeto.

Ela ressurgiu acima da água e esperou que seu irmão fizesse o mesmo para que ela pudesse mergulhar de novo antes que ele pudesse questioná-la. A garota encheu seu peito e mergulhou, conduzida pelo Ilu pelos túneis escuros bem abaixo e ressurgiu assim que seus olhos visualizaram ao redor das plantas roxas brilhantes.

A menina nadou no lago e jogou as rédeas que tinha pegado emprestadas na caixa de areia que margeava as águas paradas.

Neteyam ressurgiu com um grande suspiro e imediatamente observou o ambiente. A garota observou seu irmão observar a cena com admiração e silêncio antes de olhar para sua irmã, que estava procurando algo na água pela margem de areia do lugar.

ᵀʰʳᵒᵘᵍʰ ᵀʰᵉ ⱽᵃˡˡᵉʸ • ᴬᵒ'ⁿᵘⁿᵍOnde histórias criam vida. Descubra agora