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𝐋𝐢𝐳
𝙽𝚘𝚟𝚘 𝙷𝚘𝚛𝚒𝚣𝚘𝚗𝚝𝚎 • 𝚂𝙿
"Entrar com o pé direito"

Visto minha camisa com a logo do canal do YouTube e dou uma última arrumada no cabelo

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Visto minha camisa com a logo do canal do YouTube e dou uma última arrumada no cabelo. Respiro fundo umas três vezes antes de ter coragem de abrir a porta do quarto do hotel e ir atrás da equipe, que deve estar me esperando no saguão.

Minha primeira semana em São Paulo foi um verdadeiro caos. Me perdi quando tentei ir de metrô até o bairro onde é localizado o escritório da empresa, fiquei duas horas presa no engarrafamento quando precisei pedir um Uber porque estava atrasada para um evento e passei dias organizando algumas coisas minhas que chegaram do Rio.

Não tive tempo de conhecer nada, não tive tempo de descobrir os nomes dos meus vizinhos de porta e muito menos de relaxar. Quando menos esperei, o Paulistão estava prestes a começar e "tcharam!", precisei viajar para o interior de São Paulo.

Definitivamente, vou surtar até o final do campeonato.

Faltam cerca de cinco horas para a transmissão, mas precisamos deixar tudo organizado no estádio para a estreia.

Eu sou responsável pelas instalações nas transmissões in loco, ou seja, preciso verificar se as câmeras foram posicionadas, se os cabos estão ligados, se o áudio está sendo transmitido pelos microfones e todos os mínimos detalhes para que a partida esteja disponível no canal ao vivo.

Não é como se fosse a minha primeira vez fazendo isso, até porque, antes de ser redatora, trabalhei com transmissões na TV, mas faz tanto tempo que o medo de falhar grita dentro de mim.

Encontro com Gabriela, a supervisora de transmissões, para seguirmos para a van que nos leva ao Jorjão, estádio onde o Novorizontino irá enfrentar o Palmeiras pela primeira rodada da fase de grupos do Paulistão.

Como acontece em qualquer jogo, as ruas ao redor do estádio estão interditadas. Demora um pouco para liberarem a passagem, mas logo a van é estacionada nas dependências do Jorjão.

— Ansiosa? – Gabi pergunta quando descemos.

— Nervosa, eu diria. – Sorrio. – Dá aquele medinho de dar tudo errado, sabe?

— Sei bem, também me senti assim. – Ela segura em minha mão como quem me deseja força. – Olha, vamos entrar com o pé direito, que é para dar sorte, hum?

— Vamos!

Caminhamos juntas até a entrada de acesso à imprensa, onde devemos passar pelo credenciamento. Antes de entrarmos de fato no local, ficamos lado a lado e, ao mesmo tempo, pisamos com pé direito.

Qualquer um que observasse aquela cena não entenderia nada, mas quando adentramos o estádio, tudo parece começar a fluir muito bem. Acho que a superstição de Gabriela deu certo.

Passamos pelo credenciamento e pudemos acessar diversas partes do estádio. Gabi me mostra todos os setores e o processo que deverá ser seguido para que, em duas horas, déssemos início aos testes.

𝐂𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐫𝐭𝐞 | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora