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𝐋𝐢𝐳
𝚂ã𝚘 𝙿𝚊𝚞𝚕𝚘 • 𝚂𝙿
"Bem que desconfiei"

Meu corpo sente falta da sensação que o toque dele me causa

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Meu corpo sente falta da sensação que o toque dele me causa. Meus pensamentos são tomados por aquele olhar marcante, escuro e que transmite segurança quando tudo parece desmoronar ao meu redor.

Estou há quatro dias no interior de São Paulo. Trabalhamos na transmissão em Campinas, de Ponte Preta e São Paulo. No dia seguinte, em Limeira, realizamos a transmissão de Inter e Botafogo. Por fim, viajamos para Novo Horizonte, para o jogo do Novorizontino contra o Guarani.

Já andei tanto por essas estradas que decorei todas as paradas, os nomes das rodovias e já sei qual cidade eu moraria fora da capital.

Depois de mais um dia extremamente cansativo, me jogo na cama do hotel, de banho tomado, e fecho os olhos tentando desacelerar meus pensamentos. Respiro fundo e tento não pensar em nada.

Fico cerca de cinco minutos nessa tentativa frustrada de me acalmar, mas falho miseravelmente.

Tateio a mesa de cabeceira e encontro meu celular. A luz da tela me ilumina, desbloqueio o aparelho e vou direto nas mensagens de meu pai no grupo da nossa família. Ele e Vivian foram a um restaurante na Barra e curtiram um cinema. Apesar do programa de casal, os dois fizeram uma sessão de fotos e mandaram para que eu e Bruna estivéssemos por dentro do rolê.

Como eles sempre lembram de nos enviar fotos, resgato uma que tirei hoje durante o trabalho e envio para eles, além de deixar um áudio dizendo que estou com saudades.

Observo os dois nas fotos novamente, com cuidado a cada detalhe e sinto meus olhos arderem. Estou com saudades de dividir a minha vida com as pessoas mais good vibes que conheço.

Para eles, não existe maré ruim. E se tudo parecer dar errado, sempre escuto: "Relaxa, Lili, vai passar."

Algumas lágrimas teimosas insistem em cair. Sorrio mesmo assim, porque é uma saudade boa, sabe?

Volto a tela e abro a conversa com Veiga. Começo a digitar uma mensagem, mas sou interrompida pelo nome dele brilhando no visor em uma ligação de vídeo. Eu sempre odiei falar ao telefone e evito chamadas de vídeo, só consigo falar com a minha família e amigas. Entretanto, falar com Raphael está se tornando um hábito.

Deslizo meu dedo e atendo. Com certa pressa, ligo o abajur da beira da cama, iluminando meu rosto o suficiente. Sorrio ao ver Veiga do outro lado.

— Oi, Li. - Ele parece um pouco triste. A voz sai tão baixinha.

— Oi, Raphael. - Dou um pequeno sorriso. - Melhorou da dor?

— Não. Fiquei até fora do jogo de hoje. Abel me vetou, por indicação do departamento médico. - Ele posiciona o celular e vejo que está em seu apartamento. - Eles querem me poupar, por causa do clássico e estão com receio de ser alguma lesão.

𝐂𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐫𝐭𝐞 | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora