Capítulo 17

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Londres, South Kensigton- Quarta, 18:17PM

     O garoto entrou atordoado em casa, como se estivesse tão bêbado, que nem tinha consciência do que havia feito nas últimas horas. Mas não havia sido nenhum whisky, conhaque ou cerveja que havia feito aquilo, havia sido aquela garota, aquela maldita garota.
     Lux estava fora de si desde que havia falado com Yara, nem saberia falar sobre o que havia acontecido nos últimos trinta minutos. Fagan havia seguido o restante do dia, após o encontro com Yara, no modo automático.
     Como uma pergunta tão boba e fútil havia transformado o seu dia, tirando o seu foco e sua paz? Era tão óbvio que a resposta para aquela pergunta era não!
     Lux não gostava de nenhuma garota, nunca gostaria de nenhuma garota, nunca amaria outro alguém, principalmente alguém como Yara!
     Nunca sentiria um sentimento como esse por Yara, nunca nutriria um sentimento bom por aquela garota.
     Mas a conversa com Yara o havia feito perceber algo, ele precisava de respostas da sua própria mente naquele momento.

     Lux foi até o seu quarto e trancou a porta, apenas para garantir que Hadley não entraria no cômodo.
     Verificou os arredores e então foi até sua cama, onde levantou o colchão e pegou a caixinha de remédio dentro do buraco que havia feito.
     Tirou um comprimido da cartela, mas, antes de tomar, encarou a caixa e o remédio, pensando se ele deveria realmente fazer aquilo. Mas Lux tinha que fazer, ele tinha que fazer pela possibilidade de obter respostas. Era a única coisa que ele precisava, respostas.
    Tomou o comprimido a seco, sentindo um ardor na garganta enquanto o remédio descia. Deveria ter tomado água.

– Merda. – Sussurrou após engolir o comprimido, ainda sentindo um incômodo. –

     Lux começou a fazer qualquer coisa para o tempo passar, mas, depois de alguns minutos, não teve nem sinal dos efeitos colaterais que esperava do remédio.
     Sem paciência, após quase dez minutos, Fagan pegou a caixa e tomou outro comprimido.
     Jogou a caixa de remédio longe e pegou alguns papéis da sua "investigação" para analisar outra vez e passar o tempo. Se deitou na cama e começou a ler tudo, nem percebendo o tempo passar, mas quando chegou em um terço do material, olhou a hora e viu que já haviam se passado vinte minutos e nada.
     Lux colocou os papéis do outro lado da cama, já um pouco estressado consigo mesmo e com o remédio, o que o fez levantar bruscamente da cama.
     Assim que se levantou, sua visão ficou preta. Diferente de quando sua pressão baixava quando levantava tão rápido assim, Lux começou a sentir o corpo pesado e, em segundos, já não tinha mais consciência de nada.



     Abriu os olhos, sentindo um incômodo pela luz que entrava em seu campo de visão. Via um borrão na sua frente e tentava ao máximo focalizar a sua vista, mas antes que conseguisse isso, sentiu um toque suave em seu rosto.
     A princípio, pensou que era Hadley e logo se sentiu culpado por fazer a irmã passar por algo como aquilo novamente. Mas, quanto mais sua visão se focalizava, mais ele percebia que a única possibilidade de aquela pessoa ser Hadley, era se ela estivesse usando uma peruca longa e morena.
     Lux fechou os olhos por alguns segundos e quando os abriu novamente, viu que sua visão estava melhor, mas gostaria que nem estivesse vendo claramente naquele momento.

– Oi. – Yara sussurrou, ainda acariciando o rosto de Fagan. –

     O garoto xingou mentalmente, se sentindo amaldiçoado por aquilo.
     Lux nada falou, apenas fechou os olhos novamente e, quando não sentiu mais a mão no seu rosto, abriu-os.
     Esperava encontrar apenas a vista do seu quarto, mas ficou confuso quando viu a loira onde a morena estava.

– Ela é um monstro por ter feito isso com você. – Falou Giselle, começando a acariciar o braço de Lux. – Eu vou matar aquela vadia, você não vai mais precisar se preocupar com ela, meu amor.

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