Londres, South Kensington - Segunda, 16:29PM
Lux acordou com o corpo um pouco dolorido, se amaldiçoando por ter pegado no sono sentado.
Tirou a sua cabeça do apoio que tinha e consertou a sua postura. Ficou um tempo olhando para o nada, apenas para recuperar um pouco da consciência, então olhou ao redor de si e parou no momento em que a viu.
De alguma forma, sentiu uma alegria crescer dentro de si quando viu Yara. Achava que tudo aquilo havia sido apenas fruto de sua imaginação, mas lá estava ela, ela havia ficado.
Ficou um tempo apenas observando-a, até perceber o corpo encolhido e trêmulo de Yara. Criou coragem e se levantou, então pegou o cobertor e, antes de cobri-la, deitou a garota – que antes estava sentada – e então cobriu o seu corpo.
Nem se lembrava do momento em que havia ligado o ar-condicionado e, talvez, nem tivesse mesmo o ligado. Hadley, muito provavelmente, havia passado por lá, o que, em parte, o assustava.
Mesmo que quisesse se deitar outra vez e apenas cair em um sono profundo ao lado de Yara, resistiu às suas vontades e saiu do quarto, estava sedento por água e comida, nem se lembrava quando havia sido a última vez em que havia bebido água ou comido algo que não o fizesse mal.
Desceu as escadas e foi até a cozinha. Quis ser o mais ágil possível, pegou um copo e encheu-o com água em temperatura ambiente, então abriu a geladeira e pegou um dos sanduíches que Hadley fazia para o dia, talvez ela não sentisse tanta falta de um. Enquanto esquentava o sanduíche, pegou algumas amoras e as colocou em um pote.
Foi se alimentando enquanto caminhava até a mesa, a fome e a sede eram tantas, que Lux não aguentava esperar. Talvez aquela fosse a primeira vez em que o loiro se "cuidava" em dias.
Quando o garoto estava quase acabando a sua refeição, viu uma garota uniformizada, e com os cabelos parcialmente bagunçados. aparecer na porta da cozinha.– Eu preciso ir para casa, minha tia já deve estar querendo a minha cabeça em uma bandeja de ouro. – Yara falou sonolenta. –
– Só vou terminar e te levo. – Informou. –
– Não, não, eu vou a pé, eu só queria avisar para não achar que fugi de você. – Coçava o olho. – Você não deve estar bem o suficiente para dirigir, não quero te incomodar.
– Incomodar? Yara, é o mínimo que eu posso fazer para retribuir as coisas que fez.
– É sério Lux, não precisa, eu não fiz isso esperando algo em troca. – Apertava uma mão com a outra. –
– Mas eu faço questão, andar sozinha tão tarde é perigoso, nem morto eu a deixaria correr esse perigo. – Se levantou agilmente. – Vamos, eu fui de táxi para o colégio, deixei o meu carro aqui.
– Você ainda não está totalmente recuperado, Lux.
– Mas estou consciente, vamos!
Então o loiro foi até a sala e pegou as chaves do seu carro. Olhou uma última vez para Yara, que se deu por vencida e começou a segui-lo.
Londres, The Boltons Street - Segunda, 16:53PM
Fagan estacionou o carro entre a frente da casa da família de Yara e a de seus vizinhos.
Desligou o carro e olhou para a garota que tirava o seu cinto de segurança, então fez o mesmo.
– Obrigada. – Lux falou, ainda observando-a. – Por... Sabe, não me deixar para morrer.
Yara riu fraco e até esqueceu, por alguns segundos, o que iria fazer.
– Não foi nada. – Sorriu de forma singela para ele. –
Lux abriu a porta do carro e saiu de lá, dando a volta pela parte da frente e abrindo a porta para Yara, que desceu em seguida.
– Obrigada. – Sussurrou. –

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Tenor
Misterio / SuspensoEnquanto o sangue dela se espalhava pelo concreto e sua vida se despedia do mundo, ele sentia a sua alma sair do corpo junto com o morno da pele da amada. Quando Londres é assombrada com mais um assassinato frio, a cidade toda para quando desc...