Tenor

Capítulo 12

Londres, South Kensington - Domingo, 08:03AM

     Uma parte dos alunos da Westminster School estavam no funeral da garota que havia parado toda a festa na noite anterior.
     Lux fazia parte dos alunos que não compareceram.

     O loiro optou por não ir e chamar mais atenção do que aquele caso já estava chamando para si. Ao invés de comparecer no funeral e ver toda aquela gente chorando, preferiu fazer algo que chamava mais a sua atenção.
     Já havia virado a noite revisando todo o caso de Giselle, mas agora estava procurando cada detalhe da menina e havia tomado essa decisão ao descobrir que ela aparentava ser amiga de Elle.
     A garota se chamava Milla Radin, era um ano mais nova que Giselle, mas isso não aparentava interferir na amizade delas. Também era líder de torcida, provavelmente havia conhecido Giselle nos treinos, Lux supôs.
     Mas o garoto não havia descoberto muito sobre a garota, uma vez que ela mantinha sua vida extremamente privada. Precisaria de ajuda para isso e conseguiria logo, Lux tinha certeza que ela tinha algo em comum com a morte de Giselle.

Londres, Notting Hill Police Station - Domingo, 10:11AM

     Yara esperava ser chamada para o interrogatório.
     Assim que o enterro da garota, que, horas atrás, Yara descobrira que se chamava Milla, os policiais juntaram ela, Lorenzo e Thea para prestar depoimento.
     Os outros dois jovens já haviam saído do interrogatório, ambos abalados. Thea havia sido a primeira, por ser a que estava no local por mais tempo. Pelo mesmo motivo, Lorenzo havia sido o segundo e agora só faltava Yara, que estava extremamente ansiosa, pois sabia que seu depoimento poderia mudar toda a investigação.
     A garota entrou na pequena e congelante sala, se sentando em uma cadeira de metal em frente a dois policiais, uma mulher e um homem.

– Senhorita SaintClair, sabe que precisamos da sua colaboração para solucionar esse caso, não sabe? – A mulher, que aparentava ser quem estava comandando aquilo, perguntou, fazendo Yara assentir com a cabeça. – Bem, antes de começarmos com as perguntas, queríamos que, livremente, a senhora fale sobre os minutos que antecederam o trágico acontecimento.

     A garota de cabelos escuros engoliu a seco, pronta para contar a versão que poderia dar um novo olhar para aquele caso.

– Eu sou nova no colégio e nova na cidade, não sei de muita coisa ainda, mas eu sei sobre o caso da Giselle McGuyver e como ele pode ter ligação com o assassinato da Milla. – Estava nervosa e precisava dar algumas pausas para respirar. – Eu sei que acham que Lux Fagan matou Giselle McGuyver e eu não tenho como negar ou afirmar isso, mas eu, com toda a certeza, posso afirmar que Lux não matou a Milla. E eu só estou dando destaque a isso, pois sei que, assim como na morte de Giselle, ele virou um grande suspeito de matar Milla, mas, acreditem em mim, ele não a matou.

     A garota ficou alguns segundos olhando os policiais que se entreolhavam, até que eles olharam para ela.

– Como pode ter tanta certeza? – A mulher perguntou. –

– Eu estava com ele, provavelmente enquanto assassinavam a Milla, estávamos dançando. Quando a música estava prestes a terminar, eu corri para o lado exterior da casa, onde, segundos, ou minutos depois, Milla foi jogada. – Tentava não aparentar estar nervosa, pois estava. – Seria impossível que Lux chegasse lá para empurrá-la, quem dirá matá-la como ela foi morta.

– Mas como sabia que era o senhor Fagan, ele não deveria estar usando uma máscara? – O homem revelou sua voz. –

– Esse foi o motivo pelo qual eu corri, eu havia tirado a sua máscara e acabei tendo receio que ele soubesse quem eu era e se afastasse novamente, então eu corri.