Capítulo 24

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Londres, Westminster School - Quarta, 09:43AM

– Yara, poderia se sentar com o senhor Fagan para fazer o trabalho? – A sala foi preenchida pela voz do homem. –

     A sala ficou em completo silêncio e imediatamente todos olharam para a menina, como se esperassem uma reação dela.
     SaintClair, muitas vezes, se esquecia do fato de que o resto do mundo ainda enxergava Lux como um assassino e não como ela o via.
     Yara olhou para o loiro, que olhava em sua direção com olhos curiosos.
     Ah, aqueles olhos. Tão profundos, que faziam Yara se perder nas íris azuis.
     Se levantou quase automaticamente, pegou seus materiais e caminhou até a carteira de Lux, como se estivesse sendo puxada até ele. Assim que chegou, se sentou ao lado de Fagan, que abriu um sorriso em sua direção.

     As pessoas pararam de olhar no momento em que Yara se sentou. Poucas haviam mudado a direção do olhar por conta do trabalho, a maioria nem disfarçava os seus cochichos, muitas vezes maldosos.
     Estaria Yara com medo de contradizer o professor? Estaria Lux manipulado a garota? Ou estariam eles tendo um caso?

– Não ligue, eles sempre vão agir assim. – Falou Lux. –

– Eles ainda não estão prontos para ver um assassino ter amigos! – Soou irônica. –

     Fagan riu fraco, mas logo fez uma tentativa falha de esconder aquela felicidade de Yara.
     Desde quando e como ele havia se tornado tão aberto sobre suas emoções com ela?

– Você entendeu o que é pra fazer nesse trabalho? – A garota perguntou, abrindo o seu fichário. –

– Sendo sincero, não. – Lux ria fraco enquanto falava, fazendo Yara rir também. –

Londres, Westminster School - Quarta, 10:38AM

– Você quer ir também, Yara? – Hadley perguntou, tirando a garota do transe que estava. –

– Oi? – Perguntou atônita. – Ir para onde?

– Nós vamos para um parque de diversões que vai abrir aqui, não quer ir com a gente? – A expressão facial de Hadley já entregava os seus planos. – O Lux vai estar lá!

     Yara desviou o seu olhar da professora e olhou espantada para Hadley e Abby, que sorriam maliciosamente.

– E? O que você quis dizer com isso? – Tentou manter um tom neutro e sério, mas quase gaguejava em todas as palavras e não podia deixar de falar com a voz esganiçada. –

– Oh, por favor! – Exclamou a ruiva, revirando os olhos. – Você e Lux mais se olharam do que fizeram o trabalho, nem desgaste a sua voz tentando negar.

– E eu vi vocês lá em casa na segunda, lembra? – Yara sentiu seu rosto queimar com as palavras de Hadley. – Sei que não me viu, mas eu vi você e ele.

     A mesa das três ficou em silêncio por um breve momento. Para Hadley e Abby, aquele silêncio era um entretenimento, já para Yara, a pura vergonha.

– Isso não significa nada, não sei do que estão

– Yara, nem tente. – Abby interrompeu-a, falando de uma forma divertida. – Só essa sua vergonha nos diz a resposta.

– Ele gosta de você, boba. – Hadley cutucou Yara com o seu cotovelo, falando de uma forma sútil e feliz. – Na verdade, ele está um tanto quanto ansioso com a sua possível ida para o parque. Ele até tenta disfarçar, mas é a primeira vez, em anos, que vejo Lux assim, e isso conta bem antes da morte de Giselle.

– Lux está abalado, eu não acho que ele esteja falando sério. – Deu de ombros, tentando não demonstrar a sua decepção. –

– Yara, se existe alguma possibilidade de você gostar dele, por favor, não negue isso. – O tom de voz de Hadley ia de felicidade para súplica. – Eu o vi sorrir tanto nesses últimos dois dias com você, mais do que vi no último ano. Você faz bem para ele e, se sente algo por ele, aposto que quer vê-lo bem também.

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