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— Madara é o co-fundador desta aldeia, estou certa?

    Tomei a liberdade de iniciar a conversa, então minha pergunta foi a primeira a ser feita. Mito e Hashirama não se importaram com isso, aparentemente. A formalidade não era tão importante para eles e isso era uma benção para mim, visto que ser formal não estava na minha pequena lista de habilidades.

— E também é o líder do Clã Uchiha. -respondeu o Hokage.

    O Clã Uchiha, conhecido por sua crueldade e poder.

— Se está preocupada por conta do desentendimento que vocês tiveram, saiba que é uma preocupação desnecessária. -disse Mito. — Madara costuma agir assim. Não é nada pessoal.

— Entretanto, ele pode ser um pouco mais insistente com você, visto que não gosta nadinha do meu irmão.

    Ergui as sobrancelhas ao ouvir as palavras de Hashirama.
    Ser o alvo de um Uchiha raivoso ia além dos limites que eu estava disposta a ultrapassar.

— Apesar de não ter vindo por vontade própria, tenho meus motivos para permanecer na aldeia. Conquistar inimigos não é um deles.

    O Hokage sorriu, afastou alguns objetos bagunçados em cima da mesa e abriu um grande pergaminho. Não demorei para reconhecer o mapa do País do Fogo, em uma versão menor.

— Você quer encontrar a sua família, certo?

    Balancei a cabeça positivamente.
    O entusiasmo cresceu em meu peito.

— Eu não estou fazendo isso porque o meu irmão pediu e sim porque queremos te ajudar. Nós nunca poderemos suprir a falta que a sua família faz e eu sei como é terrível a sensação de estar sozinho em um lugar novo. Portanto, mobilizei três esquadrões para encontrar os seus parentes. Para isso, preciso de boas informações sobre eles.

    Eu podia sentir a esperança crescendo dentro de mim. Era como se os meus olhos estivessem brilhando. Hashirama percebeu isso e logo acrescentou:

— A julgar pelo seu olhar, arrisco dizer que você não está aqui pelo meu irmão.

    Meu sorriso se desfez.
    Entrelacei os dedos das mãos e desviei o olhar.
    Estávamos sozinhos no escritório e eu me sentia confortável com aquele casal. Além disso, eu não pretendia mentir. Se eles quisessem mesmo me ajudar, precisariam estar de acordo com a verdade.

— Eu poderia ficar com Tobirama fora da aldeia, mas ele não gostava da ideia e por isso me capturou. Confesso que não estou aqui para construir uma família com ele e sim porque não posso recusar a oportunidade que me foi dada.

— Viu, Mito? A sinceridade crua!

    Tive um sobressalto quando o Hokage gritou, muito empolgado. Ele começou a gargalhar e fez isso durante alguns segundos, provando que não era o tipo de líder que eu esperava conhecer. Ele parou de rir, respirou fundo e prosseguiu:

— Então, quantas pessoas estamos procurando?

— Se todos estiverem vivos, cinco.

— Você é a irmã mais velha?

— Não, sou a caçula de quatro irmãos. Kaillani, a mais velha, tem 26 anos. Kalliope e Kallias são gêmeos e têm 20. Eu completei 19 anos recentemente. Minha mãe, Davina, tem 43 anos e meu pai, Yohan, 44.

— São jovens! -observou Mito.

— Quando Kaillani nasceu, minha mãe tinha 17 anos e meu pai, 18.

    O casal trocou um olhar enigmático e eu senti que o clima entre eles não era dos melhores. Será que o casamento deles não estava indo bem? Eu jamais perguntaria isso; não tão cedo.

𝐀𝐤𝐚𝐢 𝐈𝐭𝐨 • 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝑼𝒄𝒉𝒊𝒉𝒂𝒔 𝒆 𝑺𝒆𝒏𝒋𝒖𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora