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    Paramos em um restaurante recém inaugurado e bastante movimentado. O dono – um homem de meia idade chamado Niyato –, deixou os afazeres de lado para nos receber. Não pude deixar de reparar no quão admirado Tobirama era pela maioria.

— Sejam muito bem-vindos! É uma honra recebê-los em meu estabelecimento!

— Eu agradeço, Niyato.

— Perdoe-me pela intromissão, mas quem é a bela moça?

    Dei o meu melhor sorriso, torcendo para que ninguém desse atenção inchaço em meus olhos.

— Sou Khione. É um prazer.

— O prazer é meu. -o homem retribuiu o sorriso. — E então, o que vão pedir?

    Recuei, constrangida.
    Eu detestava fazer pedidos em restaurantes, talvez porque era a primeira vez que eu entrava para comer em um.

— Duas porções de oniguiris. Cebolinha e peixe, por favor.

    Tobirama fez o pedido e eu o agradeci mentalmente por isso. Niyato se retirou para preparar as porções, deixando nós dois sozinhos ao lado do balcão.

— Todas as mesas estão ocupadas. -observei.

    Foi difícil ouvir a resposta de Tobirama e isso não passou despercebido. Ele se aproximou, colou o corpo no meu, inclinou a cabeça e encostou os lábios na minha orelha. Imóvel, cheguei ao ponto de prender a respiração.

— Quer ficar aqui e esperar ou prefere comer em outro lugar?

    Ele não estava me provocando naquele momento, apenas conversando comigo. E eu precisava parar de ver segundas intenções onde não havia.

— Podemos comer em outro lugar. -respondi. — Agora, se afaste um pouco.

— Por quê? Este lugar está cheio. Tão apertado.

    De repente, senti que ele estava tentando me provocar.
    Em um estabelecimento lotado!
    Espalmei uma mão em seu peito e fiz menção de afastá-lo, mas os oniguiris chegaram antes que eu pudesse fazer isso.

— Habilidoso como sempre, Niyato. Obrigado.

    Tobirama se afastou por conta própria, agradecendo pelo pedido, efetuou o pagamento e me guiou rumo à saída enquanto Niyato agradecia compulsivamente pelo elogio atrás de nós.

— Ele adora você. -comentei.

— Salvei a vida da filha dele, certa vez. Niyato acredita que me deve algo desde então.

    Agora tudo fazia sentido.
    Tobirama era mesmo digno de tanta admiração.

    Estávamos passando pela porta quando o meu corpo colidiu com o de outra pessoa. Foi um encontrão bem forte, mas acidental. Parei para me desculpar, beirando o desespero quando me dei conta de que podia ter machucado uma mulher idosa.

— A senhora está bem? Me perdoe!

    Repeti isso algumas vezes enquanto verificava os braços e o rosto dela em busca de ferimentos.

— Estou bem. Não foi nada. -respondeu-me ela, muito gentil.

— Ah, que bom!

    Tobirama agiu rápido, me segurando pela mão e me tirando dali. Saímos do aglomerado de clientes e caminhamos em silêncio por alguns metros, até que eu não suportei a estranheza da situação e decidi questionar.

— Por que agiu daquela maneira?

— Ela estava bem, você viu.

— Mas estávamos dialogando quando você me tirou de lá!

𝐀𝐤𝐚𝐢 𝐈𝐭𝐨 • 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝑼𝒄𝒉𝒊𝒉𝒂𝒔 𝒆 𝑺𝒆𝒏𝒋𝒖𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora