𝟏𝟕

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    Na manhã seguinte, Khione despertou cedo para tratar de assuntos importantes fora de casa. Ela estava de saída quando Kalliope acordou e as duas trocaram algumas palavras.

— Onde está indo?

— Para o hospital.

    A mais velha se sentou as pressas, preocupada.
    Khione riu ao ver a face ainda amassada e sonolenta da irmã, então perguntou:

— Noite longa?

— Muitos pensamentos. Estou me esforçando para ser uma pessoa melhor. Deixe-me ir com você.

— Não é necessário.

— Está com dor? Náuseas? Tontura?

— Não, eu estou bem. Farei uma visita à Azura.

— E como pretende fazer isso? Os responsáveis por ela estão fora da aldeia.

— Os responsáveis por ela são os líderes do clã, mas alguém a internou lá. Há uma exceção e eu descobrirei a identidade dessa pessoa, pedirei ajuda e farei essa visita. Ela precisa.

— Tudo bem, siga o seu coração. -Kalliope deu de ombros e voltou a se deitar. — Tome cuidado.

    Khione balançou a cabeça em concordância e saiu de casa rumo ao Distrito Uchiha. Adentrar o território de Madara seria ousado da parte dela, mas bater nos portões e chamar pelo nome certo seria apropriado. E ela sabia a quem recorrer naquele momento.

— O que faz aqui tão cedo, refugiada?

    A pergunta veio de um guarda posicionado em cima do muro que "protegia" o distrito. Khione ergueu o cenho com confiança antes de responder:

— Kagami Uchiha está disponível para uma breve reunião?

— Kagami Uchiha está descansando. Ele é responsável pelo turno da noite.

— Ele é responsável pela minha segurança e eu preciso falar com ele. Diga que Khione está chamando e enfatize a importância da sua presença.

— E desde quando você me dá ordens?

    A moça engoliu em seco, mas permaneceu firme.

— É um pedido. Garanto que Kagami terá problemas com os seus superiores se o meu chamado não for atendido.

    O guarda pensou um pouco, deu de ombros e decidiu atender o pedido da moça. Após longos minutos – quase uma hora –, Kagami apareceu. O rapaz responsável por convocá-lo demorou o máximo que pôde, visto que lhe parecia divertido testar a paciência de uma refugiada indesejada e problemática.

— Bom dia, senhorita. Está tudo bem?

    Kagami, sempre simpático e muito gentil, se aproximou com cautela. Khione não entendia como a irmã conseguira ver maldade em um rapaz como ele.

— Comigo, sim. Podemos conversar em particular por um minuto?

    Ele aceitou e os dois andaram alguns metros para longe dos muros do distrito. Com a devida discrição, Khione fez sua petição:

— Eu gostaria de visitar Azura e gostaria que você me ajudasse. Os guardas não me deixam entrar sem a companhia dos líderes do clã, mas eu sei que a pessoa que a internou pode me ajudar.

— Na verdade, Azura está sob a responsabilidade do clã inteiro. Eu mesmo posso autorizar a visita.

— Isso é sério?

— Por que eu mentiria? Azura é a futura esposa do nosso líder. Todos nós fizemos o juramento de protegê-la.

    Fazia sentido para Khione e só lhe restava confiar em Kagami.




𝐀𝐤𝐚𝐢 𝐈𝐭𝐨 • 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝑼𝒄𝒉𝒊𝒉𝒂𝒔 𝒆 𝑺𝒆𝒏𝒋𝒖𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora