Perto dos portões de Konoha, avistei um aglomerado de pessoas e parei há alguns metros de distância delas. Eu queria me despedir dos meus conhecidos, mas não sabia como fazer isso. Por algum motivo, temi a reação das famílias, visto que seus entes queridos estavam partindo em busca de algo que eu deveria ter encontrado antes de chegar na aldeia. Eles colocariam as suas vidas em risco por minha causa.
— Espreitar é um costume seu?
A voz que soou no meu ouvido me assustou.
Levei a mão até o peito e me virei. Izuna estava atrás de mim, sorrindo travesso.— Bu!
Revirei os olhos, cruzei os braços e me virei de costas para ele novamente. Que péssima tentativa de ser engraçado.
— Não estou espreitando, apenas observando de uma distância segura. -respondi, sem humor. — Você, por outro lado, é bastante sorrateiro.
— Se você não usasse os limitadores, sentiria a minha aproximação antes que eu pudesse sussurrar no seu ouvido.
— Por que a cisma com os limitadores? É a minha vida e eu sei o que fazer com ela.
— Eu odeio ver pessoas reprimindo os dons que possuem, principalmente no seu caso.
— Tá. -resmunguei.
Eu não estava afim de falar com Izuna e ele sabia disso, mas gostava de ser impertinente. Finalmente saindo de trás de mim, ele parou ao meu lado e imitou a minha postura, cruzando os braços.
— Por que não me deixa em paz? Não tem nada melhor para fazer?
— Em alguns minutos, partirei em missão como líder de um dos esquadrões. Ninguém vem se despedir de mim, então você está sendo uma ótima distração. Logo, não. Não tenho nada melhor para fazer.
Nunca ouvi palavras tão solitárias sendo ditas com tanto desdém.
Izuna sabia que eu jamais seria má e talvez eu fosse a única pessoa disposta a ser gentil com ele. Entretanto, eu não acreditava nas suas palavras. Seria impossível passar boa parte da vida em determinado lugar e não criar laços com ninguém; a menos que ele fosse uma pessoa horrível.— E a sua cunhada? Ela vem se despedir, não vem?
— Azura está velha demais e teve a brilhante ideia de caminhar sozinha pela aldeia, hoje mais cedo. O resultado? Dores insuportáveis nas costas e uns bons dias sem conseguir se locomover sozinha. Além disso, eu já me despedi antes de sair de casa.
Sem dúvidas, Izuna não sabia sobre a ida de Azura à minha casa. Me senti culpada por não tê-la acompanhado até os portões do distrito e aquele sentimento não seria esquecido com facilidade. Porém, eu não contei a ele. Se sua própria cunhada não lhe dissera a verdade, não me cabia abrir a boca.
— O seu irmão está cuidando dela? -perguntei.
— Sim e não. Ele não é muito presente dentro de casa, mas enviou bons enfermeiros para tomarem conta da velhota.
— Não fale assim da sua cunhada, garoto.
— Primeiro: eu sou mais velho do que você. Segundo: em nenhum momento, menti. Terceiro: por que o interesse sobre o paradeiro do meu irmão? Tem medo de encontrá-lo por aí ou quer que isso aconteça?
Incrédula, olhei nos olhos de Izuna pela primeira vez desde o início da nossa interação. Ele estava rindo de mim, se divertindo com a minha irritação e testando os limites da minha paciência. Por precaução, consultei minha intuição e, como de costume, nenhum sinal de alerta na presença dele.
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𝐀𝐤𝐚𝐢 𝐈𝐭𝐨 • 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝑼𝒄𝒉𝒊𝒉𝒂𝒔 𝒆 𝑺𝒆𝒏𝒋𝒖𝒔
Fanfiction"Um fio invisível une todos aqueles que estão destinados a encontrar-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar-se ou emaranhar-se, mas nunca se partirá." Segundo a lenda Akai Ito, os deuses amarram um fio vermelho no...