Capítulo 7

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Pela manhã, quando me levanto, a primeira coisa que faço é ligar para meu pai

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Pela manhã, quando me levanto, a primeira coisa que faço é ligar para meu pai. Deve estar preocupado.

Aviso que estou bem e me emociono ao ouvir sua voz de felicidade. Está transbordando de alegria por mim e por Gustavo, e isso me faz sorrir.

Me pergunta se gostei da casa que Gustavo comprou para mim. Fico surpresa que meu pai saiba.

Então ele me confessa que estava a par de tudo. Gustavo lhe pediu que administrasse a obra e guardasse segredo. Ele adorou a missão.

Meu pai e Gustavo se dão muito bem. Gosto disto, embora, ao mesmo tempo, me inquiete.

Depois de desligar, abro a porta e espio. Não vejo nada, mas ouço música. Me parece que é Stevie Wonder.
Escovo os dentes, me penteio um pouco e boto uns jeans.

Ao entrar na sala ampla, agora integrada à cozinha, vejo Gustavo deitado no sofá, lendo um jornal. Sorri ao me ver.

Como é atraente! Está bonitão com a camiseta cinza e roxa dos Lakers e calças jeans.

— Bom dia. Quer café? — pergunta com bom humor.

— Sim, com leite.

Em silêncio, ele se levanta e vai até o balcão na cozinha. Pega uma xícara branca e vermelha e serve o café.

Enquanto isso, observo suas mãos, essas mãos fortes que adoro, que me deixam louca de prazer quando me tocam.

— Quer torradas, frios, omelete, biscoitos ou provar meu plum-cake, que é um bolo de frutas alemão?

— Nada.

— Nada?

— Estou de regime.

Ele me olha, surpreso. Desde que nos conhecemos nunca lhe disse que estivesse de regime. Essa tortura não combina comigo.

— Você não precisa de regime nenhum — afirma enquanto deixa o café com leite na minha frente. — Coma.

Não respondo. Apenas o olho, o olho e o olho, e bebo café.

Quando termino, Gustavo, que não tirou os olhos de mim, diz:

— Dormiu bem?

— Sim. — Não penso revelar que não preguei o olho pensando nele. — E você?

Gustavo curva o cantinho dos lábios e murmura:

— Sinceramente, não consegui pregar o olho pensando em você.

Que liiiiiindo que ele falou isso!

Mas essa olhadinha dele fez meu coração disparar. Me provoca.

Por isso, para me afastar da tentação — sou capaz de arrancar a camiseta dos Lakers a mordidas —, vou olhar pela janela. Chove.

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