Peça-me o que quiser, agora e sempre | miotela. ✔️

Capítulo 32

Numa tarde em que eu e José Rafael patinamos de mãos dadas na garagem, a porta automática começa a abrir de repente.

Gustavo chega antes da sua hora habitual.

Ficamos paralisados.

Que flagra desgraçado... E que bela bronca ele vai nos dar!

Reajo depressa, puxo o garoto e saímos da garagem.

Mas Gustavo está chegando bem perto e não sei o que fazer.

Não dá nem tempo de a gente tirar os patins ou entrar em algum lugar.

Desesperada, abro a porta que dá na piscina coberta.

O menino me olha e pergunto:

- Bronca ou piscina?

Não há o que pensar.

Vestidos e de patins, pulamos na água.

Assim que botamos a cabeça para fora, a porta se abre e Gustavo nos vê.

Disfarçadamente, nos apoiamos na beira da piscina.

Não dá para ver os patins nos nossos pés, já que estão no fundo.

Assustado, Gustavo se aproxima e pergunta:

- Desde quando alguém entra na piscina de roupa?

Eu e José Rafael nos entreolhamos, rimos e enfim respondemos:

- Foi uma aposta. Estávamos jogando PlayStation e combinamos que o perdedor teria que pular na piscina.

- E por que os dois estão na água? - insiste, rindo.

- Porque Ana é uma trapaceira - queixa-se José Rafael. - E, como e ganhei dela, logo depois que ela se jogou na piscina, me jogou também.

Gustavo ri.

Adora ver como eu e o sobrinho estamos nos entendendo ultimamente.

Com doçura, deixo que ele me beije, mas com o cuidado de não mostrar meus pés.

- Como está a água? - pergunta.

- Uma delícia! - dizemos José Rafael e eu ao mesmo tempo.

Gustavo toca a cabeça molhada de seu sobrinho e, antes de sair, diz:

- Coloquem roupa de banho se quiserem continuar na água.

- Venha, querido. Anime-se e venha!

Iceman me olha e, antes de desaparecer pela porta, responde com ar cansado:

- Tenho um monte de coisa pra fazer, Ana.

Depois que Gustavo sai, eu e José Rafael nos sentamos na beira da piscina. Tiramos os patins e escondemos num armário que fica num canto.