Capítulo 36

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Na manhã seguinte, quando desço até a cozinha, Letícia, Gustavo e Jussara estão sentados discutindo

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Na manhã seguinte, quando desço até a cozinha, Letícia, Gustavo e Jussara estão sentados discutindo.

Assim que entro, se calam e isso me faz sentir péssima.

Simona carinhosamente me prepara uma xícara de café.

E com seu olhar me pede calma.

Conhece Gustavo e sabe que ele está furioso e também já me conhece.

Quando me sento à mesa, olho para Gustavo e pergunto:

— Como José Rafael está?

Com um olhar duro que não me agrada nem um pouco, Gustavo grunhe:

— Graças a você, todo dolorido.

Jussara olha para o filho e reclama:

— Para com isso, Gustavo! Não é culpa da Ana Flávia. Por que você faz questão de jogar a culpa nela?

— Porque ela sabia que não era pra ensinar o José Rafael a andar de skate. Por isso eu a culpo — responde irritado.

Minhas pernas tremem.

Não sei o que dizer.

— Vem cá, você é burro ou apenas se faz de burro? — intervém Letícia.

— Letícia... — resmunga Gustavo.

— Que história é essa de que ela não deveria ensinar? Você não vê que o menino mudou graças a ela? Não vê que José Rafael não é mais aquela criança introvertida que era antes da Ana Flávia chegar?

Gustavo não responde e Letícia continua:

— Você deveria agradecer por ver José Rafael sorrir e se comportar como um moleque da idade dele. Porque, sabe, irmãozinho?, as crianças caem, mas levantam e aprendem, o que pelo visto você ainda não aprendeu.

Gustavo não responde.

Levanta-se e sai da cozinha sem olhar para mim.

Meu coração está apertado, mas, diante da cara das três mulheres me observando, murmuro:

— Não se preocupem, vou conversar com ele.

— Ele merece é uma bela de uma surra — brinca Letícia.

Jussara pega minha mão e diz:

— Não se sinta culpada por nada, minha querida. Você não é responsável pelo que aconteceu. E não tem culpa por estar com a moto de Giana e sair com Gabito e os amigos dele.

— Eu deveria ter contado pra ele — digo.

— Sim, claro, como se fosse fácil contar alguma coisa pro senhor Resmungão! — protesta Letícia.

— Você tem paciência demais com ele. E deve amá-lo muito pra aguentar tudo isso. Eu o amo, é meu irmão, mas garanto que não tenho mais paciência.

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