Capítulo 4

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À tarde, quando chego a Sete Quedas, meu celular não para de tocar

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À tarde, quando chego a Sete Quedas, meu celular não para de tocar. Estou quase o arrebentando contra a parede.
Gustavo quer falar comigo.

Desligo o celular. Liga para o telefone de meu pai. Mas me recuso a atender.

No domingo, quando me levanto, minha irmã está plantada diante da tevê vendo a novela mexicana que adora, Sou tua dona. Cafonice pouca é bobagem!

Na cozinha, vejo um lindo buquê de rosas vermelhas de talos longos. Solto um palavrão. Dá para imaginar quem o mandou.

— Fofinha, olha que beleza que te mandaram! — diz Eduarda, atrás de mim.

Sem precisar perguntar quem mandou, agarro o buquê e jogo direto no lixo. Minha irmã grita como uma possessa.

— O que é isso?!
— O que você tá vendo.

Rapidamente, tira as rosas do lixo.
— Pelo amor de Deus! É um sacrilégio botar fora. Deve ter custado uma fortuna.

— Não tô nem aí! Se fossem do mercadinho da esquina o efeito seria o mesmo.
Não quero olhar minha irmã botar de novo as rosas no vaso.

— Não vai ler o cartão? — insiste.
— Não, e nem você — respondo, e o arranco das mãos dela e jogo no lixo.

De repente, aparecem meu cunhado e meu pai, e nos olham. Minha irmã impede que eu chegue perto das rosas de novo.

— Dá para acreditar numa coisa dessas? Quer atirar estas maravilhas no lixo.
— Acredito, sim — afirma meu pai.

Jotinha sorri e, aproximando-se da minha irmã, lhe dá um beijo no pescoço.
— Ainda bem que você está aqui pra resgatá-las, pombinha.

Não respondo.
Não olho para eles.
Deus me livre de ficar ouvindo isso de “pombinha” e “pombinho”. Como podem ser tão bobocas?

Esquento um café no micro-ondas, tomo e ouço que batem na porta. Que saco. Me levanto, pronta para fugir se for Gustavo.

Meu pai, ao ver minha cara, vai abrir. Dois segundos depois, brincalhão, entra sozinho e deixa algo sobre a mesa.
— Isto é pra você, moreninha

Todos me olham, à espera de que abra a enorme caixa branca e dourada. Por fim, me arrasto e a abro. Quando levanto a embalagem, minha sobrinha, que entra nesse momento na cozinha, exclama:

— Um estádio de futebol de chocolate! Que legaaaallllll!
— Acho que alguém quer adoçar tua vida, querida — brinca meu pai.

Boquiaberta, olho o enorme campo de futebol. Não falta um detalhe. Até arquibancada e público tem. E no marcador se lê “te amo” em alemão: Ich liebe dich.

Meu coração bate descontrolado.
Não estou acostumada a estas coisas e não sei o que dizer.

Gustavo me desconcerta, me deixa louca! Mas, no final, resmungo, e minha irmã rapidamente se coloca a meu lado.
— Não vai jogar fora, não é mesmo? — diz.

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