CHEGUEI COM MAIS UM CAPÍTULO DESSA BELEZINHA!
Uma semana após Anita flagrar Verônica beijando a delegada Heloísa, a escrivã retornou às atividades no DHPP. Quando Verônica chegou, Anita estava em sua sala, em uma reunião com Lima e Carvana, que durou cerca de uma hora e meia.
Quando os dois deixaram sua sala, Anita, que estava na porta, viu que Verônica havia voltado.
"Ah, bom dia, escrivã!" - Anita falou, com um sorriso debochado. "Tenho algumas coisas aqui para você." - acrescentou, voltando à sala e pegando uma pilha enorme de arquivos para digitalizar.
"Bom dia, delegada Berlinger." - Verônica respondeu com um sorriso falso, observando a pilha de arquivos.
"Ela está fazendo de novo." - Prata cochichou ao passar por sua mesa, referindo-se aos castigos de Anita Berlinger.
Verônica respirou fundo. Sua vida estava voltando aos trilhos. Ela estava saindo com a delegada Heloísa, por quem possuía uma grande admiração. A mulher era determinada, tinha atitude, e Verônica gostava disso. A relação das duas estava longe de ficar séria, mesmo Helô dando indícios de que em algum momento poderia acontecer. Mas Verônica foi sincera com a delegada, explicando que naquele momento preferia manter a casualidade, pois não estava pronta para entrar em algo mais sério. Heloísa respeitou a decisão da escrivã.
Quanto a Rafael, Verônica não falava com o filho desde a manhã em que Paulo o levou para o colégio interno. Ela não imaginava que ficaria tão aliviada com a ausência do filho. Nessa semana, Lila foi para a casa dela, já que Paulo estava fazendo uma viagem a trabalho. Era a forma delas se reaproximarem, já que Lila a visitava raramente desde que decidiu ficar com Paulo.
Tudo o que Verônica sabia sobre Rafael era através de Paulo, que sempre recebia do colégio um relatório diário de tudo o que o garoto fazia naquele dia. E por incrível que pareça, os comentários sobre o comportamento de Rafael eram excelentes, mostrando o quão proativo ele era nas atividades propostas. Ele era comunicativo, sabia trabalhar em equipe e até descrito como respeitoso por um dos professores.
No entanto, nem Paulo nem Verônica tinham a menor ideia de que Rafael estava deliberadamente moldando sua personalidade com o objetivo de sair daquele lugar o mais rápido possível.
Na penumbra do quarto do colégio interno, com o som baixo de uma música ecoando pelas paredes, Rafael e Eric compartilhavam um momento de conspiração.
"A gente tem que dar um jeito de sair daqui, fugir para bem longe." - Eric comentou, sua voz carregada de determinação, como se estivesse desvendando um plano secreto.
Rafael, com olhos fixos no horizonte incerto, respondeu com uma convicção palpável: "Daqui algumas semanas vamos voltar para casa no final de semana, vou ver o que posso trazer para facilitar a fuga. Eu precisava de uma arma."
A menção da palavra "arma" fez os olhos de Eric se arregalarem em surpresa e preocupação. "Uma arma?"
"Sim..." - Rafael afirmou sem titubear, revelando uma faceta determinada e sombria de seus pensamentos.
"Mas para que? O que você pretende fazer?" - Eric indagou, com uma ansiedade crescente.
"Pra gente se defender quando fugirmos daqui." - Rafael explicou, tentando acalmar as inquietações de seu companheiro.
A sugestão de Eric sobre conseguir uma arma de seu amigo trouxe um vislumbre de esperança para o plano de fuga. "Pode ser, mas eu também vou tentar pegar uma das armas da minha mãe que fica lá em casa, sei que ela esconde uma no guarda-roupa. Se eu pegar a que ela deixa em cima do armário da sala, ela vai desconfiar na mesma hora." - explicou Rafael, pensativo, enquanto Eric absorvia cada palavra com intensidade.
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Consequências - Veronita
General FictionRafael Torres, 16 anos, diagnosticado com transtorno de conduta, cujos sintomas surgiram na infância. Seus comportamentos inquietos e a aparente frieza calculista geram preocupações tanto em sua família quanto nos profissionais de saúde mental. Apes...