POR FAVOR LEIAM A NOTA QUE DEIXEI AO FIM DO CAPÍTULO, É IMPORTANTE PARA O ANDAMENTO DA HISTÓRIA!
Naquela manhã, Verônica havia planejado sua rotina meticulosamente, não esperando que a simples tarefa de acompanhar Rafael ao Clube de Tiro desdobrasse-se em uma tarde no Clube. Após um almoço rápido em casa, ambos dirigiram-se ao clube, com a intenção inicial de apenas realizar a inscrição de Rafael e absorver as informações necessárias para que ele começasse suas aulas. Contudo, a visita se estendeu além do previsto.
A ausência da instrutora de tiro naquele dia abriu espaço para um tour improvisado pelas instalações do clube. Enquanto caminhavam pelos diversos ambientes, cada detalhe era explicado minuciosamente, fazendo com que Verônica perdesse a noção do tempo. Foi uma oportunidade única para Rafael se familiarizar com o espaço onde passaria suas tardes de quinta-feira, integrando-se a um grupo diverso de adolescentes, que incluía tanto jovens da sua idade quanto alguns mais velhos.
O relógio já marcava 15:30 quando Verônica, ciente do atraso, apressou-se de volta para a delegacia. A expectativa de uma reprimenda por parte de Anita, pesava sobre seus ombros enquanto se apressava para retomar seu trabalho. Ao chegar, encontrou o departamento em plena atividade, e sem perder tempo, dedicou-se à pilha de processos que a aguardava.
A tarde avançou com Verônica imersa em seu trabalho, quase esquecendo-se do incidente da manhã, até o momento em que Anita saiu de sua sala. A delegada fez um breve passeio pelo departamento, sem dar indícios de ter notado o atraso de Verônica. Essa pausa involuntária permitiu que Verônica respirasse aliviada, concentrando-se novamente em finalizar suas tarefas.
Já era noite quando Verônica, olhando para o relógio, viu que passava das 20:00. Sentindo o peso do dia longo, ela se permitiu um breve momento para se alongar e tomar fôlego antes de decidir encarar Anita. A delegacia estava silenciosa, a maioria dos colegas já havia partido, deixando apenas as luzes da sala de Anita acesas, indicando que ela ainda estava lá, provavelmente absorta em algum caso complicado.
Com um misto de hesitação e determinação, Verônica caminhou até a sala da delegada. Seu coração batia um pouco mais forte à medida que se aproximava. Bateu levemente na porta, abrindo-a em seguida, preparando-se para o que viria.
"Todos checados e datados." - Verônica falou, colocando a pilha de processos em cima da mesa de Anita com delicadeza.
A sala estava imersa em um silêncio ponderado, quebrado apenas pelo zumbido distante de um computador e o ocasional ruído vindo do exterior. Anita, com os olhos fixos na tela à sua frente, acenou levemente com a cabeça, sem desviar o olhar do trabalho que a consumia.
"Obrigada, escrivã." - Anita respondeu, inesperadamente suave e destituída da habitual aspereza.
"De nada." - Verônica hesitou por um instante, surpresa com a ausência da habitual arrogância no tom de Anita, com uma voz igualmente moderada, respondeu.
Permaneceu de pé por um breve momento, esperando talvez uma crítica ou ao menos um olhar de reprovação, algo que indicasse o retorno da Anita que conhecia tão bem. No entanto, a delegada simplesmente continuou seu trabalho, como se a presença de Verônica já tivesse se dissipado na densidade dos casos à sua frente.
Intrigada, mas não disposta a indagar ou interromper a paz inesperada, Verônica recuou silenciosamente. Sua saída da sala foi marcada por uma série de pensamentos conflitantes sobre a atitude atípica de Anita. "Será que o que eu fiz mais ontem finalmente a atingiu? Ou talvez ela só não esteja afim de discutir?" - questionava-se, enquanto fechava a porta atrás de si, deixando a delegada e sua inesperada cortesia para trás.
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Consequências - Veronita
قصص عامةRafael Torres, 16 anos, diagnosticado com transtorno de conduta, cujos sintomas surgiram na infância. Seus comportamentos inquietos e a aparente frieza calculista geram preocupações tanto em sua família quanto nos profissionais de saúde mental. Apes...