CHEGUEI!
"Ainda bem que a Lila foi dormir na casa da coleguinha dela" - Anita disse, enquanto preparava o café da manhã. Verônica apenas riu, sabendo bem do que a delegada estava falando.
"Com o escândalo que fizemos, a coitada da Lila não ia conseguir sequer dormir nessa casa." - Verônica respondeu, saindo em direção ao banheiro.
Minutos depois, Verônica voltou e caminhou até a cozinha. Preparou seu café e ficou encostada no balcão, enquanto via Anita fazer omelete.
"Tem certeza que não quer que eu vá até lá com você?" - Anita perguntou, sem tirar os olhos do que estava fazendo.
"Tenho sim." - Verônica respondeu. "E outra, eu não quero atrapalhar as suas aulas, acho melhor eu ir sozinha."
"Você sabe que não há problema algum em eu desmarcar as aulas de tiro, né?" - Anita disse, colocando os omeletes em respectivos pratos e caminhando em direção à sala.
"Eu sei, meu amor." - Verônica foi direta. "Só acho que eu preciso fazer isso sozinha."
"Eu entendo, mas você sabe que não precisa fazer tudo sozinha, né?" - Anita falou compreensiva.
"Eu sei." - Verônica respondeu com um sorriso fraco. "Mas dessa vez, isso cabe somente a mim."
Anita apenas assentiu, percebendo a determinação de Verônica. As duas sentaram-se à mesa, trocando olhares e silenciosamente apoiando uma à outra. Anita sabia o quanto essa visita era importante para Verônica, e mesmo preocupada, respeitava sua decisão.
"Vai dar tudo certo." - Anita disse finalmente, tocando a mão de Verônica por cima da mesa.
"Eu espero." - Verônica respondeu, apertando a mão da amada. "Vou me preparar para ir, não quero me atrasar."
Anita observou Verônica se levantar e se preparar para a visita, desejando poder estar ao lado dela nesse momento difícil, mas respeitando a necessidade de Verônica de lidar com isso sozinha. Enquanto isso, Anita tentava afastar a preocupação, focando nas aulas de tiro que daria mais tarde.
Quando Verônica estava pronta para sair, Anita a acompanhou até a porta, dando-lhe um abraço apertado e um beijo suave.
"Qualquer coisa, me liga, ok?" - Anita disse, olhando nos olhos de Verônica.
"Pode deixar." - Verônica respondeu com um sorriso, antes de sair pela porta.
Anita ficou parada ali por um momento, observando Verônica sair em sua moto, antes de voltar para dentro, tentando se concentrar no que precisava fazer enquanto esperava por notícias.
Enquanto isso, no DHPP, Nelson continuava tentando descobrir o paradeiro dos meninos que ajudaram Rafael no fatídico dia da morte de Paulo e na tentativa de matar Anita. Nelson sabia que estava perto de descobrir algo, embora Anita achasse que sua intuição fosse besteira.
Durante um dos jogos online, os garotos, além de comentarem sobre o jogo, acabavam fazendo comentários mais pessoais. Em um desses momentos, um deles soltou inesperadamente uma frase em uma discussão com outro jogador:
"Pelo menos eu não pego menor de idade na saída do colégio." - disse um dos jogadores, provocando risos dos demais.
"Isso pode dar merda..." - outro jogador falou em um tom quase inaudível.
Nelson gravava todas as jogadas e passava horas ouvindo as conversas gravadas.
"Por que daria merda? Você é de maior e a garota sabe bem o que está fazendo..." - disse um dos jogadores.
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Consequências - Veronita
Ficção GeralRafael Torres, 16 anos, diagnosticado com transtorno de conduta, cujos sintomas surgiram na infância. Seus comportamentos inquietos e a aparente frieza calculista geram preocupações tanto em sua família quanto nos profissionais de saúde mental. Apes...