Coração de Lobos: BakuDeku

A Dança dos Demônios

Katsuki observava atentamente o estranho animal que acabara de encontrar no meio da floresta. Sua pelagem na região do rosto era de um verde exuberante, cobrindo parte das orelhas e envolvendo suas patas gordas. Curioso e um pouco cauteloso, Katsuki se aproximou lentamente, estendendo a mão para pegar o animal. Sem perceber Katsuki sorriu ao vê-lo começar a brincar com sua mão, exibindo um comportamento semelhante ao de um cachorro.

Envolto pelo momento com o estranho animal, Katsuki acabou se distraindo completamente da realidade ao seu redor, que estava em uma floresta perigosa e de sua missão de caça, havia sido completamente esquecidos.

- Quem é você?.- murmurou Katsuki, olhando nos olhos do animal. - Você precisa sair desta forma. Quero ver quem realmente você é.

O animal olhou para Katsuki com seus olhos brilhantes e, por um momento, pareceu hesitar. Mais uma vez Katsuki intuitivamente tocou a pelagem do animal e, então, num piscar de olhos, sua forma começou a se transformar, revelando uma figura humana com cabelos verdes e olhos brilhantes, cheios de mistério.

- "Meu nome é Izuku Midoriya".-  disse a figura, sorrindo para Katsuki. - Obrigado por me libertar da minha forma animal.

Katsuki ficou atônito ao perceber que o animal, na verdade, se chamava "Izuku Midoriya", e era um ser único com habilidades, mas também com limitações perigosas. Ele podia se transformar em um animal, como Katsuki havia testemunhado, mas tinha dificuldade em controlar suas transformações e que não conseguia voltar à sua forma original. Bakugou ponderou sobre a situação daquele ser. Ele começou a perceber que Midoriya não apenas era um ser com habilidades mágicas únicas, mas também um tipo de híbrido, talvez entre humano e outro animal, tornando-o excepcionalmente vulnerável e mais fraco em comparação com outros seres mágicos.

- Onde estão os outros de você?.- Perguntou Katsuki.

Midoriya suspirou pesadamente, sua voz carregada de tristeza e resignação. - Eu fui deixado aqui para morrer, já que não sou útil para os meus.-  ele murmurou, sentindo-se um fardo para os outros, incapaz de encontrar seu lugar no mundo.

Katsuki, com sua natureza competitiva e às vezes arrogante, considera a situação de Midoriya de forma fria e desdenhosa. Ele interpreta o abandono de Midoriya pela sua raça como prova de sua inutilidade. Essa visão revela a falta de empatia de Katsuki e sua propensão a julgar os outros com base em critérios superficiais.

- Você não é útil para os seus, não será diferente para os meus. Não tem serventia.- Katsuki vira as costas para Midoriya, sua postura tensa. Sem uma palavra, ele se afasta, deixando Midoriya para trás. Sua partida silenciosa ecoa a distância.

Midoriya se encontra mais uma vez perdido em meio à exuberante vegetação da floresta maldita, novamente ele se esconde entre as árvores, os galhos, folhas, arbustos encontrando refúgio em uma pequena caverna atrás da densa vegetação. Ele novamente se aconchega no chão, suas mãos apoiadas em seus braços formando um grande "abraço", reconfortante enquanto as lágrimas escorrem silenciosamente por seu rosto. Seu corpo treme com soluços silenciosos, seus ombros curvados com o peso de sua tristeza.

Katsuki avança pelas trilhas da floresta, seus passos firmes passava entre as árvores enquanto ele se dirige para a saída. Seu rosto está fechado, os olhos fixos à frente em um olhar focado, parece um tanto quanto intrigado, o ambiente ao redor parece vibrar com uma energia tensa, como se o próprio ar estivesse contestando a decisão dele de deixar o pobre animal para trás.

Enquanto ele se aproxima da borda da floresta, uma figura familiar surge à vista. É Kirishima, com um javali morto em seus ombros.

- Você foi bem rápido dessa vez.- Katsuki comenta.