Capítulo 9

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O clima nesta casa não estava dos melhores

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O clima nesta casa não estava dos melhores. Meu pai não aparece em casa desde ontem, talvez esteja muito ocupado ou simplesmente envergonhado. Coloquei minhas pantufas e permaneci com meu pijama do Luffy. Abri a porta de casa e caminhei pelo condomínio até a residência de minha tia. Tia Emma está doente, então, como fazia alguns dias que não a visitava, decidi ir hoje.

Se eu tenho vergonha de andar pelo condomínio de pijama? Não, afinal, só temos familiares aqui.

Apertei a campainha, ouvindo seu som ecoar pela casa. Segundos depois, ouvi passos em direção à porta, que logo se abriu. Minha tia Emma tinha um sorriso no rosto, mas ao mesmo tempo parecia cansada.

-- Oh, minha querida sobrinha! - ela me abraça, envolvendo seus braços em mim e deixando vários beijinhos em minha bochecha. - Finalmente arranjou um tempinho para me visitar. Onde está o seu pai?

-- Ele está trabalhando. Vim ver como a senhora está se sentindo - entro na casa, avistando o tio Ken sentado no sofá, que ao me notar, acena animadamente. - Olá, tio Ken!

-- E aí, Harleen! - ele responde com entusiasmo.

-- Estou um pouco melhor, apenas algumas tonturas, nada sério - ela sorri ao se sentar ao lado do tio. - Logo estarei recuperada. O Ryuki saiu cedo, por que não vai visitar a Hanagaki?

-- Não, tia. Você sabe que não tenho uma relação muito boa com a Mirai. - recuo um pouco, demonstrando meu desconforto.

-- Tudo bem, gostaria de fazer algo? - ela pergunta novamente, agora com calma e carinho em sua voz.

-- Eu gostaria de me sentar com vocês e conversar - caminho até eles, me sentando bem no meio onde deixaram espaço - Logo preciso ir para casa.

-- Tudo bem, então. - ouço um sorriso do tio.

Encarei a televisão à minha frente, vendo um filme passar. Às vezes me pergunto que tipo de relação a tia Emma tinha com minha mãe. Será que eram grandes amigas? É verdade que quase não vejo fotos delas juntas.

-- Tia Emma, como era a sua relação com minha mãe? Vocês eram grandes amigas, boas cunhadas? - sinto a mão dela acariciar minha cabeça, com um sorriso.

-- Você não chegou a nos ver juntas, não é mesmo? Afinal, você era apenas um bebê. Sabe, eu e ela éramos grandes amigas, mas ela e a Zoe eram ainda mais próximas! - ela diz animada.

-- Estavam sempre juntas! - Tio Ken completou.

-- A Zoe? Minha prima de Shibuya?

-- Exatamente, ela mesma. Ela sente muita falta da sua mãe. É uma pena que ela não esteja mais entre nós. Seu pai é quem mais sofre com isso. Ele se culpa tanto que acabou se afastando. - ela diz, e eu a olho desconfiada.

-- Se afastou? Mas meu pai está sempre por perto, tia! - murmuro.

-- Não me refiro a isso, sobrinha. - ela sorri nervosa. Agora sim, seu nervosismo era evidente. Até o tio Ken ficou nervoso.

-- Vocês têm conhecimento sobre a Bonten? - Meu tio Ken arregala os olhos, e minha tia me encara, como se estivesse paralisada. Sem palavras. Sem acreditar.

-- Como você obteve essa informação? - Tio Ken pergunta.

-- Eu já estou a par de tudo. - Levanto-me abruptamente, sentindo a tensão que se instalava. Até mesmo a tia estava ciente.

-- Bem... Sente-se aqui, e nos conte tudo que você sabe. - Tia Emma disse, demonstrando mais calma.

O nervosismo deles foi um tanto peculiar. Claro que aquilo deveria ser mantido em segredo, mas por que tanta surpresa?

 Claro que aquilo deveria ser mantido em segredo, mas por que tanta surpresa?

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Agora são meio-dia e eu estava retornando para casa. Normalmente, os moradores deste condomínio não estão presentes. E agora, já entendo o motivo. A Toman, uma gangue liderada anos atrás por meu pai, que resultou na Bonten atual. Alguns dos membros antigos apenas se retiraram e residem neste condomínio como uma grande família, enquanto outros lideram a partir de uma sede um pouco distante daqui.

A Sra. Hina vinha em minha direção carregando algumas sacolas, ao lado do Sr. Takemichi. Eles conversavam animadamente, o Sr. Takemichi com sua habitual distração, e a Sra. Hina delicada como uma flor.

-- Se deixar cair essa sacola, prometo que lhe darei um soco, Takemichi. - ele a olhou nervoso, enquanto se aproximavam de mim. - Minha querida, como você está?

-- Bem, tia, e vejo que vocês também. - ela entregou as sacolas para Takemichi e me abraçou, repetindo o mesmo cumprimento que tia Emma. Por cortesia e consideração, gostaria de perguntar sobre minha prima. Mesmo que não tenha muito interesse. - Como está a Mirai?

-- Bem, ela anda um pouco... diferente ultimamente. Estes dias, nem quis ir à escola. - ela suspirou profundamente ao pegar suas sacolas - Vamos indo agora, querida. Espero te ver com mais frequência!

-- Claro, tia. Tchau, tio Takemichi! - Após me despedir, segui em direção a casa.

Ao entrar em casa, me aproximei do escritório de meu pai, ouvi uma conversa vindo de dentro. Aproximei-me lentamente para escutar melhor. Reconheci a voz da pessoa, acho que o nome dele é Hajime. Um homem que afirmava ser sócio de negócios de meu pai, mas também estava envolvido com a organização Bonten.

-- Sinto muito que ela tenha descoberto daquele jeito, Manjiro. - Hajime diz, com tédio em sua voz - Às vezes me pergunto o que Lary teria feito no meu lugar.

Lary? Esse apelido...

-- Agradeço por você ter sido um bom companheiro para ela, Kokonoi. Sempre que quiser vir ver a Harleen, pode vir. - meu pai diz.

Saio dali rapidamente, antes que alguém apareça. Que conversa foi aquela? Quando o Hajime quiser vir me ver?

Entro em meu quarto, fecho a porta e me sento em minha cama. Até onde me lembro, meu pai dizia que o apelido de minha mãe era Lary. Até então, não sabia que Hajime conhecia minha mãe, mas pode ser que seja outra pessoa.

Primeiramente a Bonten, em seguida Minami, depois a Toman, e agora o Hajime. Parece que minha vida virou de cabeça para baixo. Estou descobrindo coisas que até dias atrás eu nem sabia que podiam existir, mas sempre estiveram debaixo do meu nariz.
















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Capítulo bemm pequeno para descontrair.

🃏𝗔 𝗗𝗘𝗔𝗗𝗟𝗬 𝗣𝗨𝗥𝗜𝗧𝗬; 𝗦𝗼𝘂𝘁𝗵 𝗧𝗲𝗿𝗮𝗻𝗼 Onde histórias criam vida. Descubra agora