Capítulo 18

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Assim que Haru me deixou em casa, despediu-se com a promessa de retornar para saber se eu estaria melhor.
Não, eu não fiquei melhor.
Uma febre me pegou desprevenida, me deixando de cama. Meu pai se desesperou, pois segundo ele, eu não ficava doente a muito tempo.
Meu corpo estava extremamente sensível, a ponto de até mesmo um simples rolar na cama desencadear uma dor lancinante que me consumia por completo.

Eu estava embrulhada no lençol, e não pretendia sair dali.

Meu celular tocou e com muita dificuldade de erguer o meu braço consegui pegar o objeto sobre a minha escrivaninha.

—— Maria? Oi! — após dizer isso, um espirro escapa de minhas narinas me deixando constrangida.

—— Saúde. — ela proferiu.— eu liguei porque... O porquê é que o Minami ficou extremamente preocupado após eu ter contado o que aconteceu. E ainda mais depois que o Haruchyo avisou que você estava febril.

Me remexo sobre a cama, e rapidamente coloco um travesseiro sobre minha boca para abafar o som da minha tosse. Meu rosto já quente pela febre, ferve ao pensar que ela ouviu.

—— Informe a ele que já estou melhorando. — murmurei quase inaudível, mas ouço um resmungar de sua parte. — Maria!? O Minami está aí?

—— Amiga, ele já foi para aí há alguns minutos. Eu apenas liguei para contar.— ela diz.— antes mesmo do momento em que você disse "Maria? Oi!" —  ela afinou sua voz imitando a minha fala.

Pulo da cama rapidamente, me arrependendo no mesmo instante, pois meus pés não tiveram forças suficientes para me equilibrar, então acabei caindo de bunda no chão.

—— Que barulho foi esse? Harleen! — pego o telefone do chão, aproximando-o do meu ouvido.

—— Eu acabei caindo, depois te ligo, tchau amiga! — jogo o celular sobre a cama e me levanto.

Paro em frente ao espelho da minha penteadeira, olhando meu reflexo desprezível - nem tanto, apenas o meu cabelo que estava desgrenhado -, eu usava meu pijama do Luffy, uma camisa longa com um shortinho branco um pouco folgado. Meu cabelo estava preso em um coque horroroso, esticando as raízes. Desmancho o mesmo, deixando-o cair sobre minhas costas.

Pego minha escova, escovo os fios rebeldes, alinhando-os com os demais. Passo um gloss de cereja apenas para dar uma cor aos lábios ressecados.

Ligo o ar, e me jogo na cama pegando o celular. Havia algumas mensagens da Maria perguntando se a Minami havia chegado aqui, e eu respondi que não.
Minutos depois, a porta se abre lentamente, revelando uma figura extremamente alta. Pela visão periférica, observo Minami se aproximando da minha cama. Meu coração estava acelerado...

Ele não diz nada.

Apenas senta ao meu lado e me puxa com facilidade para deitar a cabeça em seu peito. Meu coração acelerou ainda mais ao ponto de eu achar que pularia de meu peito, minhas pernas começaram a formigar me deixando inquieta.

Ele está tão perto.

—— Minami... - sussurrei.

Eu literalmente chorei horas atrás ao descobrir que foi ele é o conhecido South.
Agora estou aqui... Deitada em seu peito.

—— Vim ver como você está, minha Harley Queen. — ele sussurrou de volta — Independente desse seu jeitinho irritante.

—— Eu sou irritante? — sussurrei, deixando um sorriso escapar de meus lábios.

Ele encostou os lábios em minha testa, deixando um beijo ali. Meu corpo formigava com aquilo, a sensação de querer estar mais perto dele era angustiante e maravilhosa ao mesmo tempo.
Aconcheguei ainda mais meu rosto em seu peito, tomei a liberdade de passar os braços em sua cintura e coloquei minhas pernas sobre as suas.
Estar com ele naquele momento era tão bom... Eu não sabia que precisava disso até agora.

—— Sim, você é.

Uma vontade enorme de espirrar preencheu minhas narinas, tentei a todo custo impedir. Minami colocou um pano em meu nariz e na mesma hora espirrei, uma, duas, três vezes. Ele jogou o pano em um cesto de roupa suja.

—— Saúde. — ele disse. —  Você não está nada bem, já comeu alguma coisa depois que chegou da aula?

—— Ainda não. Não sinto fome.

—— Independente, precisa comer. — suas mãos deslizaram sobre minha costa, acariciando com seus dedos a região.

—— Vamos depois, no momento quero apenas ficar aqui.— um sorriso bobo se forma automaticamente em meus lábios.

Será que eu estava enganada sobre meus sentimentos e pensamentos? Eu acho que apenas omitir desde o começo que nunca havia sentindo esses sentimentos por alguém. Por sentir vergonha.

Talvez eu tenha sentido isso sim, por Shin, no segundo ano do ensino médio. Eu o achava incrível quando ele estava jogando vôlei com os outros meninos de nossa sala, ele era meu príncipe encantado.

Até o dia em que declarei meus sentimentos a ele em uma quarta-feira de fevereiro no terceiro ano após as voltas às aulas, mas ele me humilhou, me envergonhou no meio de todos no intervalo. Não contei ao meu pai e a ninguém sobre isso, apenas fingi que estava doente por uma semana na esperança de que todos esquecessem aquilo, mas quando voltei, eu era motivo de risadas e piadas. Enquanto isso Shin virou o popular da escola desde então.

Foi então que contei ao meu pai, ele apontou uma arma para a cabeça de Shin e disse: "Você morre aqui, um merda como você não merece os sentimentos dela." Porém, não deixei que ele fizesse. Eu me sentiria péssima.

—— Jamais foi minha intenção amedrontar sua mãe, ou sequer aproximar você da morte, Harleen. Aqueles homens, que não se encontram mais vivos, eram novatos na gangue e desconheciam as regras. Ao avistarem sua mãe adentrando o território da Tandai, tentaram intimidá-la. Ela sabia que o susto não foi proposital, e jamais tive a intenção de causar-lhe qualquer mal. Eu a via como uma amiga... Uma irmã mais nova. Porém, aquele dia, que eu presumo que já li contaram, aconteceu.

—— Eu não te culpo. — digo rapidamente. — Eu ainda nem havia nascido, e você nem sequer sabia que ela estava grávida. Então Minami, não vou deixar de me aproximar de você por causa disso.

—— Na pior das hipóteses você não estaria aqui agora. E achei melhor contar a minha versão. — ele escorrega lentamente pela cabeçeira da cama até está deitado na cama. Tento me levantar, mas ele deita novamente minha cabeça sobre seu peito — Fica deitadinha aí, Alerquina. Você está doente, então por agora apenas descanse.

Com uma expressão emburrada, fechei meus olhos, e relaxei quando ouvi sua risada. Que parecia uma linda melodia.

Eu estou apaixonada?


















O próximo capítulo vai ser....
Votem e comentem.

🃏𝗔 𝗗𝗘𝗔𝗗𝗟𝗬 𝗣𝗨𝗥𝗜𝗧𝗬; 𝗦𝗼𝘂𝘁𝗵 𝗧𝗲𝗿𝗮𝗻𝗼 Onde histórias criam vida. Descubra agora