Capítulo 14

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Estávamos todos sentados em frente à mesa de jantar

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Estávamos todos sentados em frente à mesa de jantar. Depois de descobrir algo assim, eu estava me sentindo desconfortável. Todos naquela mesa já sabiam que eu não era filha de Manjiro? Que Hajime era meu tio?

Levei a taça aos meus lábios, tomando o suco de laranja e encarando Kokonoi de soslaio. Aquele era o meu tio, o irmão da minha mãe. Mas por que ele me deixou com o pai Manjiro se era irmão da minha mãe? Ele me achou feia? Insuficiente? Chata? Por que... Quando menos percebi, meus olhos estavam lacrimejando. Eu juro que tentei ser forte. Abaixei a taça e me levantei da mesa, indo em direção à cozinha. Entre a pia e a parede havia uma abertura, e eu me sentei lá, abraçando meus joelhos contra o meu corpo, permitindo toda a mágoa e tristeza sair naquelas lágrimas momentâneas.

Agora sinto que tudo que vivi não foi real, que não fui amada de verdade.

Senti algo me puxar para cima e, na mesma hora, notei Hajime ali. Tentei me separar dele, mas era quase impossível... não era ele que estava me prendendo, era meu coração sentindo a necessidade de ser abraçada por ele.

Afundei meu rosto em seu peito, soltando um choro sofrido, deixando todos os meus sentimentos serem expostos. Estava doendo muito, eu quero minha mãe, minha mãe... a tia Emma.

—— Por favor... eu quero a minha mãe... tio — murmurei — está doendo tanto... traz a minha mãe de volta.

—— Meu pequeno ponto de luz, não chore... você não sabe como é doloroso te ver assim, você não sabe o quanto sua mãe estaria orgulhosa da pessoa que você é hoje, forte, inteligente, magnífica, tudo que ela foi um dia — ele murmurou, deixando vários beijos no topo da minha cabeça — você não sabe o quanto te amamos.

— Mentira, isso é mentira! — proferi com a voz embargada pelo choro e as lágrimas, tudo em um só. — Se me amasse, não teria me deixado! Ou pelo menos teria dito quem era meu pai, que era irmão da minha mãe, mas não me queria. Afinal, não era sua obrigação ficar comigo. Aí você teria impedido... Que eu achasse que tudo que eu vivi foi uma mentira. E meu pai? O Izana é meu verdadeiro pai, acertei? Ele não me quis, onde está ele?

Seus braços estavam em volta do meu corpo, transmitindo paz, proteção, carinho... Aquilo era bom. Mas... é bem semelhante a tudo que o pai... Manjiro me deu. Saber que o meu pai, talvez Izana, não quis ficar comigo era doloroso, se nem ele me quis, claro que nem Hajime, que é meu tio, iria querer. Afastei-me aos poucos e sentei-me em uma banqueta, puxando-o junto para sentar em minha frente.

—— Agora me diga, conte tudo desde o início até o fim! — disse.

—— Por onde devo começar... Quando sua mãe engravidou de você, ela não revelou a ninguém, exceto ao seu pai, e isso durou por quatro meses. Mas... quatro meses depois, em um confronto entre gangues, ele veio a falecer. — Meu corpo inteiro tremeu e mais lágrimas escorreram dos meus olhos. Eu sabia... sempre me disse para não agir de forma precipitada. Apertei meu antebraço esquerdo com força, sentindo emoções tristes me dominarem. — Após a morte de seu pai, sua mãe passou cinco meses e sua barriga começou a mostrar um certo volume, não podendo mais esconder. Todos ficamos surpresos e não entendemos por que ela havia mantido segredo. Então ela explicou o motivo. Um homem muito perigoso, o responsável pela morte de seu pai, também era apaixonado por Mallory e, por isso, manipulou seu pai até o último instante de sua vida.

—— Da morte dele?

—— Com a morte de seu pai. Esse indivíduo recebeu uma sentença de doze anos de prisão. Deve estar em liberdade agora, um colega dele tem causado muitos problemas para nós recentemente.

—— E o Izana... Meu pai? Ele tratava bem a minha mãe? Como ele era? — limpei minhas lágrimas olhando ansiosamente para Kokonoi, ou melhor, tio.

—— Seu pai era um homem muito perigoso, conhecido como o rei de Yokohama. Ele liderava uma organização criminosa chamada Tenjiku, que era famosa em todos os cantos de Tóquio. No entanto, ele era afetuoso com a minha irmã, tratando-a como uma verdadeira dama. Isso me incomodava. Eu suspeitava que ele apenas a estivesse usando, considerando os rumores negativos que circulavam sobre ele. Com o tempo, porém, fui aceitando a situação. — ele explicou, enquanto sorria pensativamente.

—— Por que eu fiquei com o pai Manjiro?

—— Como mencionei, o responsável pela morte de seu pai estava apaixonado por sua mãe. Após o falecimento dela no parto, ele a culpou. Para evitar que algo de ruim lhe acontecesse, Manjiro afirmou que você era sua filha e, por temer seu pai, não ousou lhe fazer mal.

—— É verdade. — ouço a voz de Manjiro atrás de nós, e uma vontade imensa de chorar novamente se fez presente. — agora tenho que redobrar os cuidados com você, pois, se ele está solto, pode tentar algo. Nunca se sabe.

—— Acho que entendi... Então, você não quis me acolher por minha segurança? — murmurei...

—— Claro. E outra, Manjiro se apaixonou por você desde o momento em que te viu. E outra coisa, ele é irmão de seu pai.

—— Olha, tio Manjiro então? — olhei para meu pai.

—— Prefiro que chame de pai, está bem? — ele sorriu.

Por que parece que tudo me leva a crer que estou vivendo uma mentira? — Desculpe atrapalhar o jantar, podemos ir comer?

—— Se não estiver se sentindo bem, podemos parar por aqui! — Manjiro informou.

—— Estou com fome... Pai, Manjiro. — murmurei — Podemos ir?

—— Sim. — ele se virou e eu o segui logo atrás com Hajime.

Apesar da notícia impactante que acabei de descobrir, e de ter derramado muitas lágrimas também, eu me senti melhor depois de ouvir tudo aquilo. Ter as questões esclarecidas para mim foi reconfortante. Mesmo Manjiro não sendo meu pai biológico, ainda o considero como tal.
Eu gostaria imensamente de ter conhecido minha mãe. Pelas fotos, ela parece ser tão doce e gentil, além de ser muito bonita. Será que o Tio Kokonoi estava falando a verdade? Será que minha mãe me amava?














Esse cap partiu meu coração, não me toquem, estou sensível.

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🃏𝗔 𝗗𝗘𝗔𝗗𝗟𝗬 𝗣𝗨𝗥𝗜𝗧𝗬; 𝗦𝗼𝘂𝘁𝗵 𝗧𝗲𝗿𝗮𝗻𝗼 Onde histórias criam vida. Descubra agora