Contando

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*Pov Lilla*

*Eu não queria que ela soubesse dessa forma, mas eu tinha que contar, eu não podia mais esconder isso dela, que eu fosse cancelada, mas que ela soubesse isso da minha boca, e que ela me perdoasse, pq eu não a entregaria de bandeja para o babaca do comendador não*

Lilla: Vida...
Eu...
Me desculpa...

Isa: Calma, me conta com calma vida, me fala oq houve, meu nenê!

Lilla: Eu tenho um passado, meio obscuro.

Isa: Hum...

Lilla: Eu...
Eu...
Amor, meu pai já teve câncer, e infelizmente eu tomei a pior decisão da minha vida...

Isa: Como assim?
*Ela fala com os olhos arregalados*

Lilla: Calma, e o meu passado obscuro, foi ter...
*Eu choro ao lembrar*
Amor, eu fui influenciada a subornar o médico, para continuar na minha rotina de shows, pq eu não deixaria meu pai sozinho. então como estava deslumbrada com essa vida, eu subornei o médico, para passar ele na fila do transplante...
Só que, na frente, tinha uma menina de 3 anos, e pela minha burrada, ela morreu.
*Eu choro muito*
E ela morreu por minha causa amor, minha causa.
Eu juro que eu não sabia que ela era criança, eu juro amor, eu só...
Eu só...
Eu só precisava não ter sido burra, ela está morta hoje e a culpa é minha.

Isa:*Ela puxa a loira para seu ombro e a conforta*
Ohh minha vida....
Vc não sabia, o importante é se arrepender disso, eu sei que vc se arrepende.
Mas o câncer, pq vc nunca me disse?

Lilla: Achei que não precisava, já que era com o meu pai.

Isa: Vc tem que me contar tudo, eu sou sua mulher, e vc tem que me contar tudo. Tem mais alguma coisa que vc queira me contar?

Lilla: Tá bom, eu tenho um problema de vista, seríssimo.

Isa: Como assim?

Lilla: É mas córneas, por isso eu uso óculos, ou lentes, sempre.
Pq eu quase não enxergo.
Mas eu fiz muitos procedimentos, mas nunca deu em nada e....

Isa: Ei...
Agora vc tem a mim, eu vou ser sua esposa, Marília.
E eu queria que vc tivesse me contado...

Lilla: Amor, eu tava com feliz com vc.
Eu tava não, eu sou tão feliz com vc, mais tão feliz, que eu não queria estragar isso.
E eu achei que nunca mais meu pai fosse ter isso novamente.
Eu queria morrer esse assunto, pq ele me faz mal, e vc chegou na minha vida, e trouxe tanta alegria, que eu nem sei imaginar, oq seria da minha vida hoje, sem vc.
Então me perdoa, por não contar, eu...
Eu só não queria te perder, e não quero ainda.

Isa: Vc não vai me perder, nunca amor.
Nunca mesmo.
Até pq, eu sou sortuda dms, de ter vc aqui comigo.
Eu vou estar com vc até o fim.

Lilla:*Eu falo soluçando muito, de tanto chorar*
Então nós vamos casar ainda?

Isa: Pode ter certeza disso.
Eu quero casar sim amor e...
Só não me esconde mais nada, por favor.

Lilla: Não vou, nunca mais, nunca mais.
Agora, por favor, nunca conte isso para ninguém.
Vc sabe o segredo que só uma pessoa no mundo sabe...
E quando eu fui forçada a subornar o médico, foi essa pessoa que me obrigou, e amor, eu me arrependo muito, de não ter te contado...
Nunca que vc seria igual a ela, vc nunca contaria para ninguém.
E como o pessoal do escritório não podia saber sobre do câncer, pq se não, ia ser muita repercussão, então ela me influenciou, e eu fui burra o bastante, para me deixar ser influenciada por esse ser humano de pouca luz.

Isa: *Ela da um selinho na loira, e limpa seu rosto*
Ninguém nunca vai saber disso, ninguém.
Eu te desculpo, por não ter me contado, e te agradeço por me contar.
E eu vou estar com vc, até o fim do mundo.
E amor, se eu tiver que doar minhas duas córneas para vc, eu doarei, pq eu te amo.

Lilla:*Eu sorrio ao escutar aquilo, beijo seus lábios e digo*
Obg meu amor, obg mesmo.
Eu te amo muito, muito.
Obg por me compreender.

Isa: Eu sempre vou te compreender.
E meu amor, eu quero que vc confie em mim para sempre.

*Saímos do banho em silêncio. O ar ainda parecia pesado depois da conversa que tivemos. Isa estava séria, mas não distante; ela entrelaçou seus dedos aos meus enquanto caminhávamos para o quarto. O som suave de nossos passos no piso frio parecia ecoar junto com tudo o que eu tinha acabado de contar. Eu sabia que ela precisava de tempo para digerir, mas ela estava ali comigo, e isso já era suficiente.*

*Quando abrimos a porta do quarto, encontramos Léo, nosso filho, sentado na cama, com a boca toda suja de sorvete de chocolate e um sorriso travesso no rosto.*

Léo: *Rindo ao nos ver entrar.*
Mamães!
Olha, eu trouxe sorvete!

Isa: *Ela tenta conter um sorriso, cruzando os braços e inclinando a cabeça, como se estivesse repreendendo ele.*
Léo, você não ia esperar a gente pra comer, mocinho?
E olha essa bagunça no seu rosto!

Léo: *Erguendo as mãos em um gesto inocente.*
Eu comi só um pouquinho, mamãe Isa.
Mas tava muito bom!

Lilla: *Dou uma risada e vou até ele, limpando a boca suja com o canto da toalha que ainda segurava.*
Você é terrível, sabia?
Todo lambuzado!

Léo: *Ele ri, olhando para Isa enquanto aponta para a barriga dela.*
Será que o bebê vai gostar de sorvete, mamãe Isa?

Isa: *Finalmente deixando escapar uma risada e sentando na cama ao lado dele.*
Acho que ele vai amar, Léo.
Mas a gente tem que esperar ele nascer pra saber.

Léo: *Com os olhos brilhando, coloca a mãozinha na barriga dela.*
Eu quero ensinar ele a comer sorvete, e brincar, e...

Lilla: *Me junto a eles, sentando do outro lado de Isa e abraçando os dois.*
E ser tão arteiro quanto você, né, Léo?

Isa: *Rindo, ela balança a cabeça.*
Dois arteiros juntos.
Coitada de mim!

Léo: *Rindo alto.*
Não, mamãe Isa, eu e o bebê vamos cuidar de você!

Lilla: *Acaricio a barriga de Isa ao lado de Léo, enquanto ele fala todo empolgado sobre as coisas que queria fazer com o irmãozinho ou irmãzinha.*
Viu, amor?
Já tem dois protetores ao seu lado.
E o bebê nem nasceu ainda.

Isa: *Ela sorri e olha para nós dois, o olhar cheio de amor e gratidão.*
E eu tenho certeza de que vocês vão ser os melhores protetores que esse bebê poderia ter.

*Léo começou a fazer cócegas em Isa, que se debatia, rindo. Eu entrei na brincadeira, segurando suas mãos enquanto ele continuava com a "ataque de cócegas". Em poucos minutos, o quarto estava cheio de risadas, o clima pesado de antes completamente dissipado.*

Lilla: *Beijo a bochecha de Isa enquanto ela tenta se defender das cócegas.*
Tá vendo?
A gente só precisa disso.
Momentos como esse, nossa família.

Isa: *Ainda rindo, ela segura minha mão e olha para mim com olhos cheios de emoção.*
Nossa família. Sempre.

*Léo finalmente parou de fazer cócegas, exausto de tanto rir, e se jogou entre nós duas. Ficamos ali, todos abraçados, enquanto ele descansava a cabeça no meu ombro e Isa acariciava sua barriga. Pela primeira vez em muito tempo, eu senti que tudo ficaria bem. Nosso amor, nossa família, era mais forte do que qualquer fantasma do passado.*














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A Minha Engenheira Onde histórias criam vida. Descubra agora