As aulas finalmente acabaram, e enquanto eu saía da escola, por um momento, ouvi alguém chamando meu nome. Quando estava prestes a virar para ver quem era, avistei o carro do meu tio e apressei-me a chegar até ele.
Ben:— Leonardo — ele me chama, abrindo a porta com um sorriso no rosto. — Entra aí.
Leonardo: — Oi, tio, tudo bem? — pergunto, enquanto coloco o cinto de segurança.
Ben:— Tô ótimo — responde, dando partida no carro. — Faz um tempo que não conversamos, então resolvi te dar uma carona — diz, com aquele sorriso que sempre ele sempre tem no seu rosto.
Leonardo: — Obrigado, tio.
Depois de alguns instantes em silêncio, ele me lança um olhar curioso.
Ben: — Quem era aquela menina que estava te chamando?
Leonardo: — Me chamando? Quem? — pergunto, confuso.
Ben: — Uma menina ruiva. Ela estava correndo atrás de você com uma expressão nada amigável.
Leonardo: — Ah, ruiva... Deve ser a Fernanda — respondo. — Amanhã falo com ela.
Depois de alguns minutos em silêncio olhando para a estrada decido perguntar uma coisa.
Leonardo:— Tio, lembra daquela vez que falei sobre querer ser amigo de uma pessoa?
Ben:— Lembro sim — ele responde, parecendo recordar do assunto. — Era uma menina... Miranda, certo?
Leonardo:— Sim — confirmo com um sorriso discreto. — Você tem boa memória, tio — dou uma leve risada. — Posso dizer que agora somos amigos.
Ben:— Isso é ótimo, Leo. Fico feliz por você. Se essa menina te faz bem, então com certeza ela deve ser uma pessoa incrível — seu sorriso é genuíno, mas logo vai desaparecendo ao tocar em outro assunto. — E sua mãe? E o... R-Rodrigo?
Seu semblante muda e percebo a preocupação em seu tom.
Leonardo:— Minha mãe está bem. Sabe como ela é, sempre forte — dou um sorriso. — Já o meu "pai"... continua o mesmo, quase sempre chegando tarde, envolvido com os negócios dele.
Ben:— Eu queria poder ajudar o meu irmão — suspira, olhando pela janela como se procurasse uma resposta — Mas sei que ele nunca vai permitir. Ele nem me deixa chegar perto... — sua voz vacila, carregada de frustração. — Ainda assim, tenho esperança de que, um dia, as coisas possam mudar.
Leonardo: — Sim... — coloco a mão em seu ombro, mostrando apoio, mesmo sabendo que, no fundo, eu não acredito muito nisso. Meu pai dificilmente mudará, mas não quero desanimar meu tio.
Ben: — Sabes que não posso te deixar na porta. O Rodrigo não pode desconfiar.
Só agora percebo que já paramos há algum tempo.
Leonardo:— Eu sei. Obrigado, tio — digo, pegando minha mochila e dando um abraço nele antes de sair do carro.
Ben: — Se cuida, Leonardo. Qualquer coisa, é só ligar pra mim — ele faz um toque comigo e com um aceno, o vejo partir.
Caminho até minha casa e vou entrando, ao aproximar da sala escuto aquelas vozes tão familiares.
Douglas: — Leonardão! Fala, parceiro — ele acena, animado, assim que me vê.
Falcão: — Oi — murmura com sua postura séria, os braços cruzados, como sempre.
Leonardo:— Boa tarde — respondo, passando direto por eles e indo até a cozinha. Minutos depois, meu pai aparece.
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Vivendo além do MEDO
Teen FictionUma garota bastante calma, isolada e controlada pela mãe, que enfrenta bullying devido ao abandono do pai, vê a sua vida mudar completamente quando um novo rapaz considerado problemático chega à escola trazendo muitas emoções, e mostrando que pode v...