Capítulo 10

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Era impossível conter as lagrimas, mesmo que eu me segurasse, elas já rolavam pelo meu rosto. Anabella se aproximou, fazendo com que eu recuasse alguns passos.

— Desculpe-me — pedi.

— Desculpar pelo o que?

— Por ser o que sou — respondi.

— Uma chorona? — ela sorriu. — Estou acostumada, pode ter certeza.

Sorri por um instante e logo o rosto de Anabella se entristeceu. O que ela estava pensando? Queria saber.

— Não por isso, e sim pelo fato que tudo o que encosto morre — falei.

— Tudo o que eu encosto quebra. Temos algo em comum — queria que fosse tão simples como ela fazia parecer. Uma das pessoas mais importante para mim estava em minha frente e mesmo assim eu não podia abraça-la. — Dimitri me disse onde poderia te encontrar, você está morando tão perto de mim, não receie em me encontrar.

— Eu sei — sussurrei. — Mas é tão difícil.

Anabella estendeu a mim uma sacola plástica e sua boca se repuxou em um largo sorriso.

— O que é? — perguntei.

— Uma das coisas que você mais gosta, chocolate.

Retribui o sorriso, mas não me arrisquei em pegar a sacola.

— Coloque no chão, não posso arriscar — instrui.

Ela assentiu e colocou a sacola no chão, logo se afastou alguns passos para que eu pudesse pegar a sacola sem medo. O Cheiro do chocolate que vinha da sacola já se impregnava no ar.

— É bom saber que você está nessa casa, mas enfim, preciso ir — Anabella deu as costas a mim e antes que ela começasse a se afastar eu a chamei.

— Venha me visitar quando quiser e traga mais — sacudi a sacola, Anabella sorriu e então foi embora.

Deitei no sofá para passar o tempo e acabei adormecendo, acordei ao ouvir um barulho irritante no banheiro. Parecia como garras que aranhavam a parede. Com tamanho cuidado abri lentamente a porta para que se fosse algum animal eu não o matasse por algum descuido meu.

Deparei-me com algo estranhamente bizarro não era um animal, não chegava nem perto de parecer algum animal, nem os mais estranhos poderia se comparar com essa "criatura".

Era como se fosse uma pessoa, porem toda deformada, suas mãos eram garras enormes, seus dentes afiados estavam à mostra e seus olhos eram de um vermelho tão intensos que pareciam que estavam sangrando. O corpo dessa criatura tinha uma coloração esverdeada.

A criatura se jogou para cima de mim, por sorte fui mais rápida e me desfiei, a mesma me encarou novamente e após correu tão depressa para fora da casa, quando alcancei a porta de entrada já não pude mais vê-la.

Será isso um sinal da morte para que eu começasse pela busca?

Esperei a noite chegar para que eu pudesse andar na rua sem me incomodar com os olhares dos curiosos e dos tolos.

Fui até minha antiga casa. Não seria tão fácil como pensei. Eu não possuía mais a chave, a única forma para eu alcançar meu quarto sem despertar meus pais, era escalando as paredes. Uma das habilidades que havia adquirido pós minha volta, era a força. Não uma força que eu pudesse vencer qualquer obstáculo, mas que me ajudava a escalar a árvore, algo que em minha vida humana, jamais conseguiria. Forcei a janela de meu quarto e então adentrei.

Peguei uma lanterna na primeira gaveta da escrivaninha, não queria chamar a atenção com luzes em meu quarto, e comecei a procurar pelo diário.

Filha da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora