Capítulo 20

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Penúltimo capitulo.

Cap 21 será o final ^^


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Ezequiel preferiu percorrer mais alguns quilômetros com o carro, quando parou, encostou o carro bem próximo à entrada da floresta. A lua já se fazia presente, de certa forma me sentia receosa em procurar por Kami a noite. Fizemos uma fogueira, e deitamos no chão para descansar, logo adormeci.

Acordei sentindo cheiro de sangue. Levantei-me e podia ouvis pássaros batendo as assas, e as folhas estalavam assim que comecei a caminha em direção ao cheiro.

— Ezequiel! — o chamei. Esperei por alguns segundos, mas nenhum movimento entre as árvores. Onde ele estaria?

Visualizei de longe, uma pessoa vestida com um sobretudo, não conseguia enxergar direito. Estava longe demais. Foi então que me lembrei de um pesadelo que tive. Olhei para as arvores e notei que eram altas como no sonho. Comecei a correr, correr em direção a pessoa que visualizei, logo a mesma desapareceu em meu campo de visão.

Não, meu pesadelo não podia se tornar realidade. Logo visualizei alguém no chão.

— Não! — gritei.

Sentei-me ao chão do lado do corpo de Ezequiel, os olhos abertos. Havia sangue por tudo, e como no sonho ele estava morto.

Não, ele não deveria ter vindo junto. Era minha culpa. Eu não deveria ter adormecido.

— Onde está você? Quem foi o ceifador que levou sua alma? — gritei para seu corpo, na esperança falha que ele me respondesse.

Uma brisa acariciou meu rosto, era a única forma de ter certeza que ele estava por perto. Qual motivo de eu não conseguir o ver? Eu precisava ver ele, ou então eu precisava acordar, por favor que eu esteja apenas tendo mais um pesadelo.

Olhei para a direção que supostamente a pessoa vestida de sobretudo desapareceu, e então com pesar, deixei o corpo de Ezequiel no chão e corri para minha missão.

Essa era à hora. Hora de acabar com todo o sofrimento que Kami me proporcionou. Dessa vez eu sentiria prazer em ceifar a alma de alguém.

Enquanto corria, pude sentir que alguém estava me perseguindo, ouvia as folhas estalando logo atrás de mim.

Parei de correr quando minhas pernas foram presas por raízes de arvores que rastejavam pela terra, quanto mais forçava para me livrar delas, mas apertado ficava.

— Apareça Kami, não sabia que tinha tanto medo de mim — gritei.

Peguei minha foice e comecei a cortar as raízes, logo apareceram três criaturas em minha frente, vieram correndo em minha direção, não demorei e acabei com elas.

Eu me sentia mais forte, nada iria me impedir de acabar com Kami.

Visualizei uma casa, essa era de madeira e aparentava ser antiga. Não pensei duas vezes e entrei. Visualizei um corredor que parecia interminável. Estava bem escuro, e podia-se ouvir o vento passando pela tubulação e novamente lembrei de um sonho, eu já estive aqui.

Estava frio, comecei a caminha lentamente, atenta a minha volta, o chão estalava a cada passo que eu dava. Pude ouvir gotas caindo em sincronia. Era uma casa antiga, a tubulação parecia estar bem falha.

Comecei a sentir cheiro de sangue e reparei que nas paredes havia manchas, mas por estar escuro não dava para identificar o que era.

Luzes começaram a acender e desligar em sincronia, dessa forma pude perceber que não estava tão longe de uma porta, mas o local era assustador, identifiquei com as luzes, que as manchas na parede eram sangue, o corredor estava infestado de insetos e havia um corpo no chão, não muito longe da porta.

Forcei minhas pernas a se moverem mais rápido e então alcancei o corpo.

No momento que eu o vi, não acreditei no que estava ocorrendo.

— Dimitri! — gritei e me joguei no chão ao seu lado. Seu corpo estava todo ensanguentado, ele já estava morto.

O que estava acontecendo? Qual motivo dele fazer tudo isso? Kami levou Anabella, levou Ezequiel, e agora meu Dimitri.

Sentia tremores percorrer meu corpo, eu estava com raiva. Arrependimento era outro sentimento que se fazia presente.

Queria poder voltar ao tempo e nunca ter ido naquela festa idiota da escola, ou nunca ter aceitado a proposta da morte, assim todos ainda permaneciam vivos, até mesmo meus tios, e tias que morreram em meu funeral, por minha culpa.

Encarei por mais um momento o rosto de Dimitri, e beijei seus lábios me despedindo.

— Desculpe meu amor — pedi. — Vou acabar com Kami, por você... por mim, e por todos. Eu amo você, ficaremos juntos... Um dia.

Levantei-me, e encarei a porta que como no sonho continha o símbolo de um pentagrama invertido. Coloquei minhas mãos na maçaneta e a abri.

Era um salão enorme, como um salão de festa, iluminarias e objetos caros. O sujeito de sobretudo se encontrava nesse local.

— Kami! — o chamei.

— Diga — a voz era conhecida, vinha da pessoa que usava o sobretudo, essa se encontrava de costas para mim, deixou o sobretudo cair no chão e virou-se para me encarar, dessa forma me assustei com quem me deparei. Finalmente sabia quem era Kami.

Filha da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora