Capítulo 17

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Preparei minha mochila, apenas com o necessário, seria uma viagem longa, mas não queria levar muita bagagem.

Saímos da casa e deparei-me com Dimitri parado na calçada olhando-me.

Eu e Ezequiel fomos juntos até ele, olhei para Ezequiel e pedi.

— Poderia nos deixar a sós?

Ezequiel ficou encarando Dimitri quando disse.

— Não demore, o carro está na esquina, estarei lhe esperando.

Assenti com a cabeça e esperei até ele sumir de meu campo de vista.

— Olá — falei.

Dimitri deu um sorriso torto como cumprimento e falou.

— Está se mudando agora? Vai morar com esse cara, que por um acaso você nem o conhece direito.

Não pude me conter, soltei uma gargalhada e falei.

— Você não sabe, você não pergunta — respirei profundamente para não deixar a raiva me dominar e continuei. — Você tira suas próprias conclusões, mas direi a você para onde estou indo. Eu estou indo lutar para voltar como eu era antes, por você, pela minha família... Por mim.

Dimitri encarou o chão, parecia envergonhado por ter me acusado de algo.

— Desculpe-me — pediu.

— Tudo bem, logo voltarei para você, mas agora preciso ir.

— Espere, eu vim aqui também, pois... — Dimitri ficou olhando-me, como se não conseguisse dizer o que estava pensando e pedisse para que eu lesse sua mente.

— Continue — incentivei.

— Ela morreu, Annabella morreu.

Eu já sabia, até porquê fui eu que a matei, mas ouvindo essa notícia por ele, tornava-se ainda mais triste.

Quando me deparei, minhas lagrimas estavam escorrendo pelo meu rosto novamente e Dimitri me olhava com tamanha vontade de abraçar-me.

— Eu vou fazê-lo pagar por tudo isso, eu prometo — falei.

— Ele quem? Quem a matou? — Dimitri quis saber.

— Ela se jogou em meus braços, pois estava sendo controlada por Kami, mas eu vou fazer ele pagar por isso, vou fazer ele pagar por todas as mortes.

— Você a matou — Dimitri acusou.

— Não.

— Não? — Dimitri perguntou ironicamente.

— Eu não vou ficar aqui escutando você acusando-me. Preciso acabar logo com isso.

Passei ao lado dele e ele falou.

— O corpo dela está onde o seu estava. Apareça, é o mínimo que você pode fazer.

Não falei mais nada, apenas segui em diante até o carro de Ezequiel que era um Chevy Impala 67 de cor preta.

Entrei no carro e antes que Ezequiel desse a partida falei.

— Vamos primeiro ao cemitério Doces flores, depois partiremos.

— Não podemos demorar muito.

— Eu sei, mas preciso ir.

Ezequiel respirou fundo e assentindo deu a partida.

Pedi para Ezequiel estacionar o carro bem longe da entrada.

Eu ainda estava pensando se era o certo aparecer. O que a família ou amigos iriam dizer assim que me vissem? Não suspeitariam de nada, ou apontariam o dedo na minha direção e me acusariam. Inocentes seriam eles se não suspeitassem ao menos que eu teria a matado, pois os pais de Annabella sabiam que ela mantinha contato comigo.

Filha da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora