Capítulo 11

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Abri meus olhos e visualizei um corredor que ao meu ver pareceria interminável. Estava bem escuro, e podia-se ouvir o vento passando pela tubulação.

Estava receosa para dar os primeiros passos, até porquê eu não fazia ideia de como havia parado neste lugar.

Nesse eu podia sentir a temperatura muito baixa, minha pele estava gelada, e sentia em minha volta uma atmosfera assustadora.

Comecei andar lentamente e a cada passo que dava, o chão se estalava todo, como se a qualquer momento ele pudesse se quebrar, e sabe-se lá onde eu iria parar.

Eu não sabia bem para onde estava indo, mas parecia que uma energia estava obrigando-me a caminhar até ela.

Agora podia ouvir gotas em sincronia caindo não muito distante de mim.

"Siga-me" — ouvi uma voz rouca dizer, a voz vinha de muito distante e era trazida pela tubulação.

Eu sou a filha da morte, não devo temer a nada e ninguém.

Meus passos agora estavam mais firmes. Atenta em tudo a minha volta.

Cheguei pôr fim ao final do corredor, me deparei a uma porta essa tinha um símbolo de um pentagrama invertido que representava a escuridão.

Quando coloquei minhas mãos na maçaneta da porta ouvi alguém sussurrar perto de meus ouvidos causando uma onda de arrepios, esse disse.

"Você vai morrer"

Virei depressa para ver quem havia dito, mas não vi nada além da escuridão, fechei meus olhos e os abri novamente na esperança que assim pudesse melhorar minha visão, talvez havia realmente melhorado, pois estava deitava no sofá de minha morada, e sentado no encosto do sofá estava a criatura que havia visto no banheiro da última vez, essa me encarava com um sorriso bestial no rosto.

— Você deve morrer — disse.

Quando fui questionar, a mesma pulou sobre mim, e foi à primeira vez depois de minha morte que senti alguém tocar em mim sem morrer.

A pele da criatura era áspera, parecia que me aranhava. Ela segurava meu pescoço, enforcando-me, mas não adiantava. Eu já estava morta, ela não conseguiria me matar desse jeito. Tentei empurrá-la, mas era mais forte que eu, logo a mesma começou a dizer palavras estranhas para mim. Algo queimava dentro de mim, parecia até que estava morrendo novamente.

— Condeno você — ouvi uma outra voz desconhecida.

Observei uma lâmina atravessar o corpo da criatura, quase encostando em mim, logo a criatura virou cinzas.

Dessa forma pude ver um homem de terno preto, os olhos cinzentos e uma expressão cansada, esse segurava uma foice.

O homem aproximou-me de mim e estendeu uma de suas mãos, notei que ele não segurava mais a foice, já havia desaparecido.

Segurei sua mão e ele me ajudou a levantar, na palma da minha mão ele fez um círculo e sussurrou

— Um presente para você minha irmã, Joanny.

Olhei para a palma da minha mão direita e estava desenhado um círculo, dentro havia o desenho de uma foice.

— Para que serve?

Ele encostou na palma direita de sua mão e logo sua foice surgiu.

— Para isso — respondeu-me.

— Legal — deixei escapar com um riso.

Estava deitada próximo ao tronco de uma árvore, protegida da chuva.

Filha da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora