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Marília pov

Eu sei que eu não devia ter falado aquilo para Maraisa, eu não acho que o que aconteceu foi um erro, eu só...eu só não estava sabendo lidar com aquilo. Foram 15 anos esperando por aquele momento. 15 anos esperando a hora certa de encontrar ela e me declarar, longos e torturantes 15 anos. E com algumas palavras eu consegui destruir tudo... Maraisa nunca mais irá olhar na minha cara. Aliás, me lembrem de matar Luísa!

Vou para meu quarto, tomo banho e me arrumo para o jantar com meus "amigos". Faço uma maquiagem leve, e dou uma última olhada no espelho.

- Gostosa! - falo para mim mesma e dou um tapinha em minha bunda, desço as escadas e vou direto para a cozinha.

- Uau! - Mazé abre a boca em perfeito "O".

- Caralho! - Luísa me olha de cima á baixo. - Marília, você está uma gata! Para onde vai assim?

- Casa do caralho, conhece?! - falo grossa.

- Cavala! - ela senta na minha frente. - Que bicho te mordeu? - reviro meus olhos, vendo Maiara se aproximar de nós.

- Nossa, Lilão você está uma gata! - Maiara se senta ao lado de Luísa. - Para onde você assim tão gata?

- Vou em um jantar de amigos!

- Amigos? - Luísa pergunta com a sobrancelha arqueada.

- Sim, Luísa. Amigos!

- Posso ir com você? - ela pergunta animada.

- Não! - falo séria.

- Por que? - ela junta as sobrancelhas.

- Porquê é um jantar e não uma balada!

- Você é uma chata sabia?! - ela cruza os braços.

- E você uma criança birrenta!! - Luísa mostra a língua, reviro meus olhos e olho a hora. - Uh! Tenho que ir! - caminho até a sala e pego minha bolsa em cima do sofá. - Cuidem bem do meu Léo! - falo séria. - Mazé, não deixe elas colocarem fogo na casa!!

- Hey!! - Luísa e Maiara me olham incrédulas.

Saio da mansão, entro na minha BWM branca e dou partida. Chego ao restaurante, dou meu nome e a atendente me leva até a mesa onde "meus amigos" me esperavam.

- Boa noite a todos! - comprimento-os formalmente.

- Quê isso, Marília?! - Juliano me puxa. - Vem cá me dar um abraço! - ele me aperta tanto que sinto o ar faltar em meus pulmões.

- Juliano...eu...não consigo...respirar... - falo com dificuldade, ele desfaz o abraço, respiro e inspiro várias vezes tentando retomar o ar.

- Quer matar a Marília, Juliano?! - Naiara vem até mim. - Você está bem?

- Tô sim... - tusso algumas vezes.

- Sente-se, Marília! - Gustavo puxa a cadeira para eu me sentar.

- Obrigada! - sorrio agradecendo. - Vocês já pediram?

- Não, estávamos esperando por você! - Juliano fala e pega seu cardápio.

- Como está Moana, Ju? - pego meu cardápio. - E os bebês?

- Estão bem! Cada dia mais espertos! - ele sorri todo bobo, sorrio também. - E o Léo?

- Cada dia mais falante! - ele sorri. - Acho que ele puxou isso de Luísa! Aquela lá fala pelos cotovelos! - rimos.

- Com licença! - a garçonete fala simpática. - Os senhores já decidiram o que irão querer? - ela tira um bloco de notas e uma caneta do bolso de seu uniforme.

- O que vocês irão querer meninas? - Gustavo pergunta olhando para eu e Naiara.

- Eu vou querer... - faço uma pausa. - Bife e strogonoff! - a garçonete anota meu pedido.

- Eu vou querer costeletas! - Naiara fala e a mulher anota seu pedido.

- E os senhores? - ela vira sua atenção para Juliano e Gustavo.

- Eu vou querer costeletas também! - Juliano fala e ela anota.

- E eu vou querer uma lagosta! - ela anota o pedido de Gustavo.

- Com licença! - ela se retira.

- Ela é uma graça não é? - Naiara fala olhando apaixonada pela garçonete, Gustavo, Juliano e eu nos entreolhamos e rimos.

- Para de comer a moça com os olhos, Naiara! - Juliano a repreende.

- Não estou comendo ela com os olhos! - ela fala incrédula. - Estou apenas observando!

- Como estão as coisas, Marília? - Gustavo muda de assunto.

- Estão ocorrendo tudo bem!

- Você realmente irá levar aquelas gêmeas para morar na sua casa? - Naiara pergunta um pouco irritada, não entendo sua mudança de humor repentina ao falar nas gêmeas.

- Sim! - falo firme. - Minha família e a família das gêmeas agora são sócias! - eles abrem a boca surpresos.

- Você só pode estar brincando!!

- Por que eu estaria brincando? - arqueio uma sobrancelha.

- Marília, a família delas matou seu pai! - ela fala com a voz carregada de raiva, chamando a atenção de todos no restaurante.

- A explosão não foi culpa delas! - bato na mesa. - Os pais delas também morreram naquela maldita explosão!! - me levanto com raiva. - Cancele o meu pedido! - falo para a garçonete.

- Marília, espere! - Gustavo segura minha mão. - Naiara não quis dizer isso! - olho para Naiara e não parecia que ela estava arrependida.

- Escutem bem o que eu vou dizer! - aponto o dedo para eles. - O que acontece ou deixa de acontecer na minha vida, é completamente problema MEU! - falo com ódio. Odeio quando se metem na minha vida pessoal e no meu trabalho. - O que acontece dentro da MINHA CASA, é PROBLEMA MEU! - grito com puro ódio.

Saio do restaurante, entro no meu carro, bato a porta com força, respiro fundo e dou partida. Dou alguns murros no volante que acaba fazendo minha mão sangrar.

- Merda!!

Não demora muito para eu chegar em casa e a atenção de todas vim para mim.

- Que jantar rapid- Maiara para de falar ao ver o sangue na minha mão.

- Marília! O que aconteceu? - Maraisa corre até mim e pega minha mão.

- Alguém te machucou? - Luísa pergunta preocupada.

- Eu estou bem! Eu só machuquei a mão no volante do carro, só isso! - elas respiram mais aliviadas.

- Vem! - Maraisa me puxa. - Vamos lavar e fazer um curativo!

- Não, Maraisa. Não precisa... - falo tentando puxar minha mão.

- Precisa sim! - ela fala autoritária.

- Melhor você obedecer, Lilão... - Maiara fala dando alguns tapinhas no meu ombro.

Reviro meus olhos, Maraisa pega minha mão machucada e coloca debaixo da torneira da pia, dou um meio gemido de dor. Ela desliga a torneira, pega um paninho, seca minha mão e faz o curativo.

- Prontinho! - ela deixa um beijo em cima do curativo, o que me faz sorrir.

𝐓𝐡𝐞 𝐌𝐚𝐟𝐢𝐚 𝐐𝐮𝐞𝐞𝐧𝐬 - PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora