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"Eu te amo, Isa!"

Maraisa pov

Não vou dizer que não estou com um certo ciúmes quando Maiara e Luísa me disseram que Marília havia saído para jantar com uns "amigos". Não sei o que está acontecendo comigo, estou trancada no quarto faz algumas horas, não comi nada. As vezes Maiara e Luísa vem ver como eu estou, trazendo frutas, sucos e doces. Mas recuso todos, meu ânimo para comer foi embora assim que imagino Marília com qualquer pessoa.

Sento algumas pontas fortes no coração, me fazendo gemer de dor, levo minhas mãos até meu peito, uma sensação ruim de que algo está errado, meus pensam vão logo para Marília.

Maiara, Luísa e Mazé aparecem no quarto preocupadas. Assim que me vêem revirando de dor, correrem até a cama onde eu estou.

- Metade você está bem? - Maiara se senta na beirada da cama.

- Tá doendo... - falo já chorando.

- Muito? - Luísa pergunta, afirmo com a cabeça.

- O que aconteceu? - Mazé pergunta acariciando meu cabelo.

- Tô sentindo umas pontadas muito fortes... - aponto para o meu peito. - Uma sensação ruim...

- Não deve ser nada... já já passa! - Mazé fala.

- Vamos lá para a sala! - Maiara fala me ajudando a levantar junto com Luísa.

Levanto ainda com algumas pontadas, mas que dá para suportar, Luísa e Maiara me apoiam nos seus corpos, descemos as escada e elas me levam para o sofá, me deitando no mesmo. A dor vai passando aos poucos, mas aquela sensação ruim continua, até a porta ser aberta revelando uma Marília com uma cara nada boa.

{....}

Agora são 3hras da madrugada, Léo acordou chorando pelos fortes trovões, e como Marília está com a mão machucada, eu levantei para ajudar ela com Léo. Estamos nos três na sala, Marília deitada no sofá com Léo deitado em seu peito, eu estou sentada ao seu lado acariciando os cabelos do pequeno.

Desde que Marília chegou não conversamos muito, assim que fiz seu curativo ela subiu para o quarto e ficou lá o restante da noite. Ela está muito calada desde que voltou do tal jantar com os "amigos" e ainda voltou com a mão machucada. Tem algo de errado, eu sei que tem. Eu conheço a minha Lila.

- Lila? - sussurro para não chamar a atenção de Léo.

- Hmm? - ela responde no mesmo tom.

- Podemos conversar? - pergunto receosa.

- Claro! - ela se senta e coloca Léo em seu carrinho de bebê. - Pode falar!

Na verdade eu não sabia nem por onde começar, talvez eu estivesse sendo invasiva demais ou protetora demais.

- Isa? - viro minha atenção para ela.

- O que aconteceu naquele jantar? - sou direta, ela abaixa o olhar.

- Eu não quero falar sobre isso! - ela olha para um ponto fixo.

- Conversa comigo, Marília! - seguro sua mão. - Somos amigas desde crianças! - ela respira fundo e então me olha.

- Você acha que estamos fazendo certo? - olho para ela confusa. - Nossas famílias se tornaram inimigas, Maraisa... - ela volta seu olhar para frente. - Nossos pais morreram em uma explosão, que até hoje ninguém sabe quem são os culpados, e todas as provas levam para o meu pai ou o seu!

- Isso é passado, Marília! - seguro seu queixo, virando seu rosto devagar. - Nosso acordo simboliza que estamos em paz! Que nossas famílias deixaram de ser inimigas!

- Eu sei, Isa... - ela abaixa a cabeça.

- Então por que acha o contrário? - ela me encara.

- Não acho o contrário! - arqueio uma sobrancelha. - Eu só não quero que... - ela faz uma pausa pensando se vai continuar. - Que falem que seus pais mataram o meu! Ou que o meu matou os seus... - abro e fecho a boca algumas vezes. - Não quero que falem que estamos cometendo um erro em fazermos um acordo e que depois você irá me matar... Por quê eu te conheço Maraisa e você me conhece como ninguém mais...

- Quem te falou essas coisas? - pergunto com uma leve irritação, ela nega com a cabeça. - Foram os seus "amigos" do jantar? - ela fica calada. - Fala, Marília! Por favor... - peço já chorando.

- Eles são uns idiotas! Que não te conhecem como eu conheço! - ela se aproxima de mim, mas eu me levanto. - Isa...

- Você acredita neles?

- Quê? Claro que não! Eu te conheço, Maraisa. E sei que nunca me machucaria! - solto um suspiro aliviado.

Mas ainda tem uma coisa que não entendi.

- Como você machucou a mão? - pergunto confusa, ela suspira e me encara.

- O ódio tomou conta de mim...e para eu não descontar em ninguém... - ela faz uma pausa.

- Você descontou no volante do carro... - completo, entendendo o que aconteceu com sua mão, ela afirma com a cabeça.

- Me desculpa...

- Hey! Meu amor, não peça desculpas! Você não tem culpa de nada, ouviu?! - ela balança a cabeça, deitando a mesma na curva do meu pescoço.

- Eu...eu te amo, Isa! - sinto meu coração errar as batidas.

Ela me ama! Caralhooo, ela me ama!

- Eu também te amo, Lila! - falo olhando nos olhos dela.

𝐓𝐡𝐞 𝐌𝐚𝐟𝐢𝐚 𝐐𝐮𝐞𝐞𝐧𝐬 - PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora