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Marília pov

Depois do susto que Maraisa deu em todo mundo, ela subiu para o quarto e praticamente não quis mais sair de lá, e eu estou me sentindo péssima por isso, afinal eu dei vários sermões nela.

- Você deveria ir falar com ela. - Luísa fala sentando ao meu lado no sofá, encaro ela.

- Eu também acho! - Maiara concorda sentando no colo da minha irmã.

- Eu não sei se devo... - abaixo a cabeça.

- Lila, vai logo atrás dela! - Maiara esbraveja autoritária.

- Tá bom, mamãe. - reviro os olhos e ela mostra a língua.

Subo as escadas correndo e paro em frente a porta do quarto, meu coração começa a acelerar. Talvez fosse o medo de Maraisa não querer falar comigo por um tempo, ou talvez o medo de piorar tudo.

- Arg! - bufo.

Assim que eu me viro para sair, a porta se abre, viro-me de novo e Maraisa estava com o rosto molhado, assim que ela me vê seus lindos olhos de jabuticaba se enchem de lágrimas, vê-la daquele jeito por minha causa doía mais que um tiro.

- Isa... - ela passa a mão no rosto enxugando as lágrimas que caíam sem sua permissão. - Podemos conversar? - ela apenas balança a cabeça e entra no quarto novamente, entro atrás dela e tranco a porta.

Ela se senta no meio da cama e fica olhando para um ponto fixo, caminho até a cama e sento-me na beirada da mesma.

- Me desculpa... - abaixo minha cabeça, sinto seus olhos sobre mim. - Eu fiquei com medo de você cair e se machucar... Eros não é um cavalo dócil, Maraisa! Eu demorei quase cinco anos para domar ele.

- Você acha que eu também não fiquei com medo?! - ela me encara com raiva. - Seu "filhão" poderia ter me matado!

- Acredito que o Ricard te avisou sobre o Eros e você como a teimosa que é, montou nele mesmo assim!

- Veio aqui para me dar outro sermão? Pode ir embora! - ela aponta para a porta. - Eu estou cansada, Marília!

- E você acha que eu também não estou?! - rio irônica. - O Eros poderia ter te matado, caralho! - levanto da cama. - Porra, você já viu a cicatriz nas costas da Luísa? - ela nega com a cabeça. - Não queira ver! Minha irmã ficou oito meses internada porquê o Eros quase a matou! - ela arregala os olhos e volta a chorar. - Não chora minha pequena, vem aqui... - ela deita a cabeça no meu ombro, coloco meus braços em volta da sua cintura.

- Me...me desculpa... - ela soluça.

- Está tudo bem, meu amor... - faço carinho em seus cabelos negros.

𝐓𝐡𝐞 𝐌𝐚𝐟𝐢𝐚 𝐐𝐮𝐞𝐞𝐧𝐬 - PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora