O destino em meus olhos - Choi Beomgyu (TXT)

Aquele que não queria viver

Quando a longa noite vem, eu me perco novamente
Eu não tenho você
Nunca testemunhei meus sonhos
Naquele lugar eu não consigo acordar
Eu paro e espero por você

Eu preciso do seu amor, me leve
Eu preciso de você agora, me segure com força
Nas memórias que eu perdi, estou chorando sozinho
Eu preciso do seu amor, nos meus braços
Eu preciso de você agora, me segure com força
Apenas você consegue me acordar

When night Falls - Eddy Kim

Capítulo Três

___________________🖤____________________

      No fundamental eu fui a isolada da classe. Eu era do tipo que ficava com o capuz do moletom sobre a cabeça a aula inteira, rabiscando coisas sem sentido no caderno. Naquela época, carregava uma carga bem grande para uma menina de oito anos de idade.

Meu pai havia nos deixado recentemente, minha mãe e eu ficamos desamparadas por muito tempo e nada no mundo tirava da minha cabeça que a culpa de seu abandono era minha, que meu apego a ele havia sido responsável por fazê-lo fugir. Minha mãe vendo o quão vulnerável estava, me levou para o hospital onde trabalhava e me aparentou a doutora Kim Gayeong, uma psicóloga recém formada que me acompanhou até o fim da minha adolescência. Devido ao trauma de ter sigo afastada do meu pai abruptamente, a doutora concluiu que eu estava sofrendo de um extresse pós traumatico que estava me desencadeando vários outros transtornos. Para me ajudar na minha melhora, ela e minha mãe sugeriram que eu encontrasse algo para fazer, algo que me distraísse e me tirasse daquele isolamento de culpa.

E foi assim que a natação entrou na minha vida. Aos nove anos, passei competir em diversas piscinas e ganhar várias medalhas importantes na categoria juvenil. Foi no esporte que conheci meus melhores amigos, Soobin praticava taekwondo no mesmo ginásio que eu nadava, e por mais que sempre estivéssemos estudado na mesma classe durante anos, foi nos intervalos dos treinos que ficamos próximos. Já Lea era atleta do time de Handebol feminino da escola, e em uma olimpíada estudantil, nós dividimos o mesmo dormitório e partir dali nos tornamos inseparáveis.
A natação havia mudado minha vida, e pela primeira vez, eu tinha encontrado algo que me completava. Todavia, nem tudo o que é bom dura para sempre, principalmente para mim.

Nessas últimas semanas comecei a ter esses sonhos estranhos frequentemente, o que acabou interferindo em meu desempenho no nado. Toda vez que entrava na piscina eu me sentia sufocada, não conseguia respirar, parecia que havia adquirido um certo medo da água. Tive diversos ataques de pânico, cenas dos meus pesadelos surgiam na minha mente me deixando assustada. E foi assim que o que eu mais amo fazer se tornou o meu maior medo. Depois que o treinador Lee me cortou da equipe por tempo indeterminado, eu jurei a mim mesma que nunca mais deixaria nada interferir nas coisas que eu amo fazer, nem mesmo um sonho bobo.

Mas as vezes a vida nos obriga a quebramos nossas promessas. E assim aconteceu quando decidir pular do viaduto para resgatar o garoto de capuz azul. Mais uma vez eu permitir que esses sonhos interferisse em uma decisão e acabei quebrando minha promessa. Apesar disso, eu não me arrependi nem um pouco.

__________________🖤_____________________

     

       Acordo com minha cabeça latejando intensamente, meus olhos demoram alguns segundos para se acostumarem com a forte luz que entra pelas janelas abertas do quarto de hospital. Minha mãe esta tirando um cochilo na poltrona ao meu lado, ela ainda veste seu uniforme de enfermeira, o que me faz questionar-me quanto tempo fiquei desacordada. Meus pensamentos estão uma confusão, eu não consigo organizar de maneira coerente, estão aleatórios dispersos, uma verdadeira bagunça. Me sento na cama enquanto tento organizar minha mente. Memórias do dia das olimpíadas vem a tona, fazendo-me recordar do que realmente aconteceu naquele viaduto.