⚠️Atenção: conteúdo sensível.
Contém: abordagem de morte, suicídio e depressão. Leia por sua conta em risco.
Boa leitura!
Capítulo Zero
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Choi Beomgyu ~
Toda vez que uma baleia morre, além de liberar gás carbônico, seus restos se tornam alimento para diversas espécies maritimas e a carcaça pode ser utilizada como abrigo para outros animais, aumentando a produtividade local. Sendo assim, sem as baleias, grande parte dos ciclos ecológicos do oceano estariam em colapso. Apenas com sua morte, as baleias conseguem trazer equilíbrio ao um grande sistema. Sabendo disso, eu sempre me pergunto se alguma espécie deixaria de existir se eu desaparecesse do mundo. E se fosse meu cadáver boiando por essas águas... Teria a mesma importância que as baleias?
Há mais ou menos duas semanas, todas noites eu venho até o viaduto principal da cidade, atravesso a proteção de segurança e fico de pé na borda, analisando se vale a pena ou não me permitir cair nas águas frias lá em baixo. A bisa gelada da madrugada bate em meu rosto levemente, algumas vezes me causando cócegas, e sinto que finalmente estou confortável em algum lugar.
A beira de um precipício não deveria ser um lugar tão confortável assim, sei tudo está funcionando errado dentro de mim. Não sei se essa vontade imensa de deixar esse mundo seja real e também não sei se há vida depois da morte. Minha única certeza é que se eu pulasse desse viaduto neste exato momento, ninguém choraria por mim. A opção de deixar toda essa angústia para trás parece tentadora demais.
Minha mente é um caos, e eu não a compreendo, muito menos a controlo. Não estou comendo direito, durmo praticamente o dia inteiro e não encontro motivos para sorrir.
Às vezes sinto que não sou parte de nada, nem de lugar nenhum, me sinto vazio, como se faltasse alguma coisa, ou alguém. Dizem que não precisamos de ninguém para ser feliz, mas definitivamente quem diz isso não sabe a droga que é estar sozinho nesse mundo. Não consigo mais me encaixar em padrões e grupos, não tenho mais nenhum amigo e não sinto necessidade de socializar, o tédio me consome frequentemente e isso vai aos poucos sugando o resto da humanidade que ainda me resta.
Viver ou morrer? Ficar ou pular? São perguntas realmente importantes no momento. Um passo em falso, e eu poderei estar cometendo um grande erro, ou um imenso acerto, depende do ponto de vista. Ninguém no mundo deveria tomar esse tipo de decisão, isso é cruel. É lamentável chegar nesse ponto onde a vida e a morte se encontram em uma linha tênue, onde nenhuma das duas parece ser uma boa opção.
Maldito seja quem disse que morrer é a decisão mais fácil. A morte nunca é a decisão mais fácil. Não, isso não é covardia, é desespero, é angústia, é medo!
As lágrimas anunciam a sua chegada e eu apenas permito que saiam. Quando a dor não cabe mais no peito, eu deixo que transborde pelos meus olhos, é assim que eu lido com essa angústia, é assim que eu luto minhas baralhas.
Ser um peso morto vagando por essa terra só serve para acabar com os recursos naturais que ela mesma tem. Isso não parece justo.
Eu deveria mesmo pular e acabar logo com isso?
As águas profundas do rio estão um pouco agitadas essa noite, como se estivesse me chamando para me juntar a ela, meus pés automaticamente obedecem, movendo-se lentamente um pouco mais para beira. Não me sinto aliviado como achava que sentiria, me sinto pesado, incerto, mas ainda sim, livre.
Então é isso, um passo mais próximo do abraço frio da morte.
Eu...
Não quero...
Que...
Doa mais!
"Pare!"
De repente, quela voz surge aos meus ouvidos outra vez.
"Pare!"
Suave, doce e deseperada ao mesmo tempo, assim como nas noites anteriores.
"Não faça isso!"
É como despertar, como se num estalar de dedo tudo mudasse dentro de mim. Meus pés rapidamente se movem para trás e finalmente me afasto da beira do viaduto. Observo o meu redor e confirmo que não há ninguém pelas redondezas, somente a água, a lua e eu.
O que é isso? Será que finalmente estou enlouquecendo?
Desde quando comecei a vir aqui, sou impedido de pular por essa voz, uma voz feminina que faz meu coração se encher toda vez que a escuto, e quando isso acontece, perco toda coragem de me jogar daqui.
Poderia ser um anjo tentando me salvar? Nunca fui um rapaz de fé, mas já ouvir dizer que esse tipo de milagre acontece quando estamos perdidos. Será esse meu milagre?
Quem sabe a resposta disso seja mais racional, talvez uma parte esquecida do meu subconsciente esteja me alertando, uma parte minha que queira muito viver, que ainda enxerga esperança para nós nessa vida.
É, talvez seja isso, talvez eu não queira morrer de verdade. Se eu não sou capaz de compreender a vida, o que me leva a acreditar que saberei compreender a morte? Eu sou ingênuo demais, pequeno demais, sou fraco e sei
que preciso melhorar. Mas a morte, ela não melhora ninguém.
Mais uma vez eu desisto desse fim obscuro e melancólico, e os mesmo pés que me trouxeram até aqui sem esperança, me levam de volta para casa com a expectativa de que amanhã tudo poderá ser diferente.
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O destino em meus olhos - Choi Beomgyu (TXT)
FanfictionSuas noites estavam sendo aterrorizadas por um pesadelo sombrio. Moon Yoonhee encontra-se numa tormenta constante, todas as noites a jovem sonha com a morte de um rapaz desconhecido. No sonho, a garota vê de perto um garoto morrer diante de seus olh...