Medalha de ouro em fazer merda (Choi Soobin)

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Capítulo trinta e dois

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       A medalha brilha em meu pescoço, e por um instante, sinto que todas as minhas lutas valem a pena. Ser campeão me dá uma sensação de recompensa, um alívio momentâneo após meses de turbulência. Kaito sempre foi a tempestade na minha vida, com sua traição e a descoberta de sua outra namorada me deixando perdido. As ameaças constantes dele, as mensagens que chegam como sombras na minha mente, lembrando-me de que ele ainda está por perto, só aumentam o peso no meu peito. “Você ainda me pertence”, ele diz, como se eu fosse um objeto, algo que pode ser reclamado a qualquer momento.

Mas quando estou ao lado de Yoonhee, tudo parece mais leve. A presença dela é como uma brisa fresca em meio ao calor sufocante do meu caos. A alegria que ela traz me faz querer mais, como se aquela paz fosse um refúgio que não sentia há tanto tempo. E é por isso que hoje, após a vitória, a única coisa que quero é comemorar com meus amigos.

Organizo as coisas em casa, animado ao ver que atletas de várias equipes compareceram para celebrar. Até o treinador da equipe de esgrima está aqui. Rimos, dançamos e nos divertimos como se o mundo exterior não existisse. Danço com Lea, perdendo a noção do tempo, e me divirto como nunca. Yeonjun e eu nos tornamos uma dupla imbatível no beer pong, suas risadas são um bálsamo que me faz esquecer as mensagens ameaçadoras.

Mas então, o celular vibra. É mais uma mensagem de Kaito, uma provocação que fere. “Você nunca vai encontrar alguém que te ame como eu.” Ele sempre consegue penetrar nas minhas defesas. Já tentei de tudo — bloquear, trocar de número — mas ele sempre encontra uma forma de me atingir. A raiva ferve em mim, e decido me afastar, pegar uma garrafa de bebida e ir para o quintal. A brisa fria da noite me envolve enquanto me sento no balanço, deixando os pensamentos turbulentos tomarem conta.

É fácil acreditar nas palavras de Kaito, na ideia de que ninguém seria capaz de me amar. Mas então lembro de Yoonhee. Sempre ao meu lado, sempre me fazendo sentir que eu importo. Por anos, ignorei o quanto ela é incrível e como me faz sentir amado. Sinto-me tolo por perceber isso apenas agora, mas é a verdade. Isso que sinto por ela é confuso e errado, mas é real. Acredito que a razão pela qual quero retribuir esse sentimento só agora é porque ela sempre me deu um motivo para acreditar que mereço ser amado. Talvez isso seja egoísta, mas é inevitável.

Enquanto divago em meus pensamentos, Yoonhee aparece e se senta ao meu lado. O silêncio entre nós é confortável, como se as palavras desnecessárias fossem deixadas de lado, permitindo que a calma que ela traz envolva nossos corações inquietos.

Quando ela se junta a mim, sinto um misto de conforto e culpa. Sua preocupação me faz sentir um otário por preocupar alguém tão incrível. Não consigo me lembrar da última vez que estive cem por cento bem. A última vez que me senti genuinamente feliz foi quando fiz duas promessas a ela. Uma delas era dar a ela o melhor baile da sua vida, algo que falhei, me tornando um babaca. Mas naquele mesmo dia, prometi entregar minha medalha de campeão a ela. Agora, olho para a medalha e percebo que ela só está em meu pescoço graças a ela, que nunca me deixou desistir.

Tiro a medalha e coloco em volta do pescoço dela, relembrando aquele dia. A sensação de que algo a aflige é palpável, e, mais uma vez, sinto que não posso mais fugir. Estou confuso. Ela me deixa confuso. Apesar de ter ficado feliz com a notícia sobre ela e Beomgyu, não consegui sorrir. Se eu fizesse, não seria sincero.

Quando finalmente reconheço o que sinto, um nó se forma em meu estômago. Ao perceber isso, noto que Yoonhee fica nervosa, um pouco atordoada com as possibilidades. Ela recua, e, naquele momento, percebo que cheguei tarde demais.

O destino em meus olhos - Choi Beomgyu (TXT)Onde histórias criam vida. Descubra agora