Guarda chuva vermelho

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Capítulo Oito

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       Se arrependimento matasse, sombra de dúvidas estaria estirada no chão, morta. 

O mês mais chuvoso do ano e eu ainda tive a inocência de sair sem guarda-chuva. Só me dou conta do erro que cometi quando saio do apartamento de Beomgyu e me deparo com o temporal caindo do lado de fora. A chuva que o céu tanto nos prometeu finalmente chegou. Dias de chuva são tão belos quanto dias de sol, Beomgyu. Mas só quando você tem um guarda-chuva e um lugar para se proteger das rajadas de vento, e nesse momento eu não tenho nem guarda-chuva e nem onde me proteger.

Sendo sincera, sempre achei que os dias de chuvas tinham um charme a mais, algo que me conquistava, ainda mais depois de hoje, quando o moreno confessou que passou a gostar de dias de chuva por causa daquele dia. Claro que eu sempre admirei todo clima fresco e úmido que a chuva traz com sigo e também os barulhos agradáveis das gotas caindo sobre o solo. Contudo, todo meu amor por chuva só existe quando eu estou preparada para ela. Nada melhor do que um dia chuvoso para ficar em casa maratonando filmes e séries de baixo de cobertores quentinhos comendo um monte de besteiras. Com toda certeza do mundo, esse é meu passa tempo favorito. Agora sair de casa num dia chuvoso sem nada para se proteger da água não é algo muito agradável, e hoje eu cometi esse grave erro. Mesmo estado ao lado de uma loja de conveniência, eu não posso simplismente comprar um guarda-chuva, já que a única coisa que trouxe em meu bolso foi o cartão do ônibus.

Estou ferrada! Beomgyu esta tendo uma conversa importante agora, não posso simplesmente voltar para lá na maior cara de pal fugindo da chuva como diabo foge da cruz. Penso em pedir ao velho dono da conveniência deixar eu levar um guarda-chuva e depois eu o pago. Todavia, não tenho coragem de lhe pedir esse favor, visto que sua personalidade amarga e rabugenta me faz ter um certo receio dele. Por outro lado, eu não posso ficar aqui esperando a boa vontade da chuva passar. Eu preciso ir para casa já que em poucos minutos vai escurecer. 

Eu tenho quatro opções:

Opção A - ficar aqui até a chuva passar! 

Opção B - Ir para casa embaixo desse temporal mesmo correndo o risco de ficar doente ou ser arrastada por uma correnteza.

Opção C - Voltar correndo ao apartamento de Beomgyu e ir embora quando o tempo estiver bom.

E opção D - Criar coragem e pedir ao dono da loja de conveniência um guarda-chuva e pagar depois.

Das quatro opções, a primeira e a última eu já descartei. Não posso ficar parada aqui até que o tempo decidir melhorar. Mesmo considerando a opção C algo impossível, eu preciso tentar, na pior das hipóteses o que o velho pode fazer é dizer não. Aliás, eu também não tenho tanta certeza que ele negará ajuda, eu preciso tentar. Corro até a loja de conveniência ao lado da escadaria do sobrado, entro no estabelecimento ouvindo o sino habitual de entrada, ainda envolta em meus próprios pensamentos torcendo para que o velho Yang atenda meu pedido. Vou até o idoso que se encontra esparramado em uma cadeira roncando tão alto, que se não fosse a chuva poderia ser ouvido a quilômetros de distância. Pigarreio na intenção de faze-lo despertar desse sono profundo.

- Com licença senhor. Gostaria de lhe pedir um imenso favor, se não for incomodar, é claro. - inicio vendo-o despertar assutado. Os olhos do velho estão vermelhos e suas pálpebras se encontram pesadas, juntamente com uma baba escorrendo pelo canto da boca.

- Então diga logo garota. Eu não tenho o dia inteiro! - expressa com grosseria.

- O senhor poderia me dar um guarda-chuva? Eu não trouxe carteira e está caindo o mundo lá fora. Juro que trarei o dinheiro amanhã para você. - peço fazendo minha melhor cara de coitada, torcendo para dar certo. Estou na esperança de receber uma respostas positiva, porém o velho me encara de forma relutente. Seu semblante é de alguém que com certeza explodiria em alguns instantes. O velho coça o bigode branco fitando-me desconfiado, eu não sei o que esperar de sua resposta.

O destino em meus olhos - Choi Beomgyu (TXT)Onde histórias criam vida. Descubra agora