Doces de pêssego, vidas passadas e convidado indesejado

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Capítulo Trinta

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     O vento gélido sussurra segredos natalinos enquanto repouso no banco do passageiro, minha mãe ao volante e minha prima Yoná no banco de trás. Juntas, viajamos em direção à casa da minha avó, Margot, envoltas pela atmosfera festiva do dia. A neve na estrada pinta o cenário de branco, criando uma paisagem mágica que se harmoniza perfeitamente com a ocasião.

É véspera de Natal, e como tradição, minha avó nos receberá em sua casa para fazer biscoitos e seus famosos doces de pêssegos. Olho pela janela, maravilhada com a beleza do inverno que se estende diante de nós. Os flocos de neve caem suavemente, como se o céu estivesse presenteando a terra com pequenos pedaços de paz e serenidade. Cada floco é único, como se fosse uma obra de arte criada especialmente para este momento.

Enquanto a viagem se desenrola, minha mente se divide entre a tradição familiar e a ansiedade provocada por um encontro recente. Nos anos anteriores, teria sido dominada pela expectativa de ver minha avó nesta época do ano, uma das minhas tradições favoritas. Contudo, este ano, minha euforia foi substituída por outro sentimento, ou melhor, por outra pessoa.

Choi Beomgyu e eu tivemos um encontro incrível no dia anterior, e ficar longe dele agora parece uma tortura para mim. Não sei que tipo de relação temos, mas já sinto que estou naquela fase de grude, onde não quero ficar longe da pessoa nem por um minuto sequer. Pode parecer brega, eu sei, mas é o que Choi causa em mim. Suas palavras, seu sorriso, sua presença... tudo isso mexe comigo de uma maneira que eu nunca experimentei antes.

Enquanto a neve continua a cair lá fora, meu coração está dividido entre o amor pela família e a ânsia de estar ao lado de Choi. Espero que a magia do Natal me ajude a encontrar o equilíbrio entre esses sentimentos tão diferentes.

Receber a notícia de que Beomgyu não passará o Natal sozinho foi um alívio imenso para mim. Preocupada com sua solidão, mandei-lhe uma mensagem logo pela manhã. Sua resposta, calma e reconfortante, revelou que Yeonjun o  convidou para passar a véspera com ele e sua avó. Além disso, Soobin também estará presente, e Taehyun e Sunwoo prometeram dar uma passadinha na casa do gerente, se conseguirem escapar da mansão Jeon e de todo teatro de família perfeita que planejaram para o dia de hoje.

Essa notícia trouxe um peso enorme dos meus ombros, pois uma das minhas maiores preocupações era que Beomgyu passasse o Natal sozinho. Agora, sabendo que estará cercado de amigos, sinto-me um pouco mais tranquila para desfrutar da festividade em família na casa da minha avó.

Enquanto o carro avança pela estrada, Beomgyu e eu trocamos mensagens incessantemente, mantendo uma conversa animada que me faz sorrir como uma boba para o celular. Cada mensagem dele é como um raio de sol em meu dia, arrancando risadas e aquecendo meu coração.

Encosto minha cabeça na janela, imersa na troca de mensagens, e respondo imediatamente ao seu último texto. Porém, sou interrompida pelo olhar desconfiado e rígido de minha mãe, Elodie, que parece curiosa em saber com quem estou tão envolvida desde cedo.

Em outra época, talvez eu me preocupasse com a inquietação dela em descobrir com quem converso, mas agora sua curiosidade é o menor dos meus problemas. Eu sei que Elodie não aprovaria se soubesse que a pessoa com quem tanto falo e sorrio no celular é Beomgyu, mas já deixei de me importar com o que ela pensa dele há muito tempo. O importante é como ele me faz sentir, e isso é o que basta para mim por agora.

O destino em meus olhos - Choi Beomgyu (TXT)Onde histórias criam vida. Descubra agora