Capítulo 43

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Sangue deslizava por sua pele, escorrendo em diferentes direções e contornando seus músculos. Passou à língua queimada pelos lábios secos, provando do próprio sangue que escorria do topo da cabeça pelo nariz e pingava sobre sua boca.

Ele rosnou ao sentir uma aproximação indesejada. Com os braços presos para o alto em correntes grossas, o híbrido expôs as presas observando a figura de uma fêmea se aproximar em frente a ele, abandonando
a escuridão.

– 484. - A mulher sussurrou como uma melodia nos lábios finos vermelhos. – Está ganhando mais resistência. - Ela andou ao seu redor, batendo com um chicote na própria mão levemente, parou em suas costas e o grande macho rosnou, já sabendo o que estava a caminho.

O som do chicote cortando o ar veio seguido do queimar em sua pele onde ele acertará, a marca vermelha surgindo na pele clara e o moreno contendo o rugido de dor.

– Não deveria ter matado outro dos meus brinquedos, 484. - A mulher disse, voltando a caminhar ao redor dele, parando bem em frente a ele, os cabelos vermelhos caindo ao redor do rosto esculpido. –  Vocês são caros para se manter, é um grande prejuízo sempre que um morre!

Usando o chicote, tocando-o no queixo do híbrido, a mulher humana o fez encará-la, ele rosnou e expôs mais das presas afiadas. Um sorriso sádico brincou nos
lábios da mulher, jurando mais sofrimento ao híbrido.

– Não rosne para mim. - Ela disse, se afastando e caminhando em direção a uma grande mesa, coberta de mais dos seus "brinquedos sádicos" para castigar seus "filhos híbridos". – Por que o matou, huh?

Sasuke não respondeu, fez de seu silêncio sua lei. Havia matado seu companheiro de guerra pelo fato do mesmo estar exausto demais, exausto de sua vida de puro sofrimento e a falta de liberdade.

Ele implorou a 484 pela morte e o moreno deu a ele o que pediu, um ato misericordioso para a vida que tinham no qual morrer era um luxo. A mulher se enraiveceu pelo silêncio, batendo o salto com força contra o chão enquanto caminhava em direção a ele.

– Responda, animal! - Seu salto bateu de encontro contra o abdômen do híbrido, fazendo grunhir em dor e se curvar.

Não importava o quanto ela o machucasse, o quanto ele sofresse, não diria nada, sua lei era o silêncio na presença de humanos. Ignorando as muitas mais agressões, a dor e o sangue a cada momento mais abundante, ele apenas apertava os olhos com força e se imaginava em outro lugar, talvez correndo por um campo no qual era livre e não sofria mais. A única porta de metal blindado se abriu de repente.

–  Kushina. - Um homem alto, loiro bradou, agarrando as mãos da esposa, a impedindo de usar uma faca contra o híbrido acorrentado. – Não faça isso, precisamos dele vivo, é nosso híbrido mais forte e mais promissor.

Um suspiro de alívio escapou pelos lábios do macho, o fato de Minato ter parado a esposa significava que ele provavelmente não iria fazer parte da sessão de tortura daquele dia e que o híbrido teria um curto período de descanso. Ao menos um alívio de algumas horas, longe das batalhas e das torturas.

– Me deixe, Minato! - A ruiva xingou, removendo suas mãos do poder do marido, empurrando-o. – Ele matou meu pantera favorita! - Minato revirou os olhos claros.

– Só está irritada porque queria que eles copulassem  juntos, para produzirem mais filhotes! - O Namikaze disse em um tom elevado, fazendo a mulher bufar.

484 compreendeu por qual motivo estava deixavam ele e seu companheiro de guerra tanto tempo juntos nas últimas semanas, era para força-los a um acasalamento. Minato voltou seu olhar para ele com nojo e repulsa.

BAKENEKO;INSTINTO DE CAÇA-SasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora