𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 9

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 𝔄 𝔰𝔲𝔞 𝔞𝔩𝔪𝔞 𝔢𝔰𝔱á 𝔪𝔢 𝔞𝔰𝔰𝔬𝔪𝔟𝔯𝔞𝔫𝔡𝔬 𝔢 𝔪𝔢 𝔡𝔦𝔷𝔢𝔫𝔡𝔬 𝔮𝔲𝔢 𝔢𝔰𝔱á 𝔱𝔲𝔡𝔬 𝔟𝔢𝔪

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𝔄 𝔰𝔲𝔞 𝔞𝔩𝔪𝔞 𝔢𝔰𝔱á 𝔪𝔢 𝔞𝔰𝔰𝔬𝔪𝔟𝔯𝔞𝔫𝔡𝔬 𝔢 𝔪𝔢 𝔡𝔦𝔷𝔢𝔫𝔡𝔬 𝔮𝔲𝔢 𝔢𝔰𝔱á 𝔱𝔲𝔡𝔬 𝔟𝔢𝔪.
- 𝔇𝔞𝔯𝔨 𝔓𝔞𝔯𝔞𝔡𝔦𝔰𝔢

CAPÍTULO 9: DOMINIO DAS SOMBRAS

 As árvores, altas e majestosas, tinham troncos de um azul profundo, como se fossem esculpidas em safira. Suas folhas brilhavam como estrelas, lançando uma luz suave sobre o solo. Cada passo era como atravessar um véu entre mundos. Ela avançou, guiada pelo som suave de um instrumento musical. O ar parecia vibrar com a melodia, e Amaya sentiu-se atraída por ela. Mas não havia ninguém à vista. Apenas ela e aquele feérico que a segurava com sua magia. Ele estava com um sorriso irônico, como se conhecesse todos os segredos daquele lugar e os dela. À frente, emergindo da névoa, estava um lugar que parecia um castelo. Suas torres se erguiam até as estrelas. Cada pedra parecia carregar séculos de histórias não contadas. A ponte de cristal, delicada e enigmática, conduzia à entrada principal. O feérico inclinou-se para Amaya, sussurrando enquanto tirava a magia que a envolvia, deixando-a livre.

- Bem-vinda à minha humilde casa, ou melhor, seja bem-vinda ao domínio das sombras, onde a beleza esconde perigos inimagináveis - ele disse, encarando bem no fundo dos olhos dela.

Amaya olhou para o castelo, sentindo a magia pelo ar. O feérico riu, e a magia se intensificou. Amaya cruzou a ponte, com o feérico logo atrás, adentrando o castelo. A noite estava apenas começando, e ela estava prestes a descobrir segredos que nenhum mortal jamais ousara desvendar do mesmo modo que até os feéricos também não. O feérico conduziu Amaya pelos corredores do castelo, suas botas silenciosas deslizando sobre o chão de pedra. A luz da lua filtrava pelas janelas, pintando padrões misteriosos nas paredes com quadros. Ele a levou a um quarto, a porta de carvalho escuro se abrindo com um rangido.

- Aqui está seu aconchegante aposento, humana - disse o feérico - 'Espero que aprecie a decoração.

Amaya olhou ao redor. O quarto era uma mistura estranha de elegância e excentricidade. As cortinas eram de um vermelho profundo, os móveis pareciam ter sido esculpidos por mãos. Uma lareira crepitava no canto, mas o fogo era de um azul etéreo. A cama era grande, forrada com lençóis de cor vermelha e dourada.

- É... encantador - Amaya respondeu, sem ao menos perceber isso. Escolhendo suas palavras com cuidado, ela disse - Mas por que tudo é tão... peculiar? - O feérico riu, um som que ecoou pelas paredes.

- Peculiar? Ah, minha cara, você ainda não viu nada. Este é o quarto dos sonhos perdidos e esperanças desfeitas. Cada móvel, cada tapeçaria, tem uma história. E todas elas terminam em lágrimas - Amaya franziu a testa.

- E por que me colocou aqui? Por que não me matar?

- Porque você é uma intrusa, Amaya. Uma mortal que ousou atravessar as fronteiras entre os mundos. E agora, aqui está, presa em um quarto que reflete sua própria jornada. Você quer encontrar Killian? Bem, talvez ele esteja em algum outro quarto, ou talvez tenha se tornado parte das sombras que dançam lá fora. Ou melhor, morto em algum lugar por aí - A raiva borbulhou dentro de Amaya.

- Você acha isso engraçado, não é? Brincar com as vidas dos outros - O feérico se aproximou, seus olhos brilhando com malícia.

- Não é engraçado, minha doce humana. É apenas a dança do destino. Agora, durma bem. Quem sabe o que seus sonhos revelarão nesta noite ou apenas a atormentaram como sempre?

Com um gesto de mão, ele desapareceu, deixando Amaya sozinha no quarto. Ela se deitou na cama macia, olhando para o teto estrelado. O feérico estava certo, ela não tinha escolha a não ser dançar com o destino. E talvez, apenas talvez, ela encontrasse Killian em algum lugar. Uma coisa que Amaya percebeu foi que não havia ninguém no castelo, nenhum guarda, nenhum servo, somente ele e ela. Ela podia sair e tentar achar um jeito de fugir, mas algo a impedia, sua visão foi ficando cansada, cada vez mais, até que ela caiu em sono profundo.

 Ela podia sair e tentar achar um jeito de fugir, mas algo a impedia, sua visão foi ficando cansada, cada vez mais, até que ela caiu em sono profundo

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Amaya desceu às profundezas do sono, sua alma deslizando suavemente para o reino dos sonhos. Lá, ela flutuava sobre um mar de sombras, onde estrelas brilhavam como fagulhas distantes no firmamento. Abaixo dela, o mármore branco e preto se estendia, um eco de um sonho anterior com Nyla. Ela estava de volta à terra dos sonhos. Então, uma voz suave e reconfortante a chamou, envolvendo-a em uma sensação de familiaridade e conforto. Era Nyla, sua figura etérea destacando-se contra o brilho do mármore.

- Nyla - a voz de Amaya era um sussurro, misturando-se com os ecos do lugar. Nyla aproximou-se, movendo-se com uma graça silenciosa, seus olhos refletindo segredos como sempre.

- Amaya, é um prazer vê-la novamente... Mas percebo seu olhar, uma perturbação. O que a aflige? - Amaya inspirou profundamente, sentindo a realidade do sonho tão vívida quanto no mundo real.

- Há um feérico - ela começou, a voz trêmula - ele me trouxe a um castelo, levou Killian para um lugar desconhecido. E eu... eu estou perdida, sem saber como escapar - confessou, um suspiro pesado escapando de seus lábios. Nyla assentiu, compreensiva, a luz das estrelas dançando em seus olhos.

- Você deve estar nas garras de Drystan, mas não tema por Killian; ele está seguro. Drystan não é malévolo, apenas um ser que se perdeu em seu próprio labirinto de sombras. Você deve ser cautelosa, Amaya. Ele é como um livro cujas páginas foram arrancadas e dispersas pelo vento. E com páginas arrancadas um livro se torna incompleto e incompreensível.

- Mas como posso me proteger? Como posso decifrar suas intenções? Ele assassinou as ninfas, lançou Killian através de um portal! - a urgência na voz de Amaya era palpável, clara como a água cristalina de um riacho - Como posso confiar que ele não me fará mal? - Nyla tocou gentilmente o braço de Amaya, um gesto tão leve quanto o toque de uma pétala.

- Dentro do castelo, existem passagens, corredores que murmuram histórias esquecidas pelo tempo. É lá que você encontrará as respostas que busca. Mas seja astuta, pois esses caminhos são sinuosos e cheios de mistérios - Amaya fixou o olhar em Nyla, com uma dúvida batendo forte em sua mente.

- Mas o castelo parece vazio. Como posso explorar essas passagens se ele me mantém confinada neste quarto? - ela indagou, e Nyla sorriu, um sorriso que carregava uma melancolia.

- Há sempre presenças ocultas por lá, você simplesmente não as vê. E Drystan não a manterá presa, se eu o conheço bem, ele a libertará. As passagens estão tanto nos lugares que você imagina quanto nos que não imagina. Em um desses corredores, você descobrirá a verdadeira sobre Drystan - Nyla sorriu, um sorriso que continha tanto orgulho quanto tristeza.

- Eu acredito em você, Amaya. E lembre-se, mesmo na mais profunda escuridão, há sempre um fio de luz. Siga-o, e ele a conduzirá - Amaya assentiu, percebendo uma mudança no semblante de Nyla e as rachaduras que se formavam no chão.

- O que são essas fissuras? - ela perguntou, apontando para as rachaduras que marcavam o mármore branco e dourado.

- Não são nada com que você deva se preocupar agora. Chegou a hora de partir - disse Nyla, e com essas palavras, ela recuou, desvanecendo-se na névoa, deixando Amaya com um turbilhão de perguntas em sua mente.

Destino Entre Os MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora