𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 11

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𝔈𝔲 𝔞𝔪𝔬 𝔢𝔰𝔰𝔞 𝔰𝔢𝔫𝔰𝔞çã𝔬 𝔞𝔤𝔬𝔯𝔞, 𝔭𝔬𝔯𝔮𝔲𝔢 𝔞𝔤𝔬𝔯𝔞 𝔱𝔲𝔡𝔬 𝔢 𝔫𝔬𝔳𝔬 𝔭𝔯𝔞 𝔪𝔦𝔪

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- 𝔒𝔫𝔢 𝔇𝔦𝔯𝔢𝔠𝔱𝔦𝔬𝔫 - ℜ𝔦𝔤𝔥𝔱 𝔑𝔬𝔴

CAPÍTULO 11: OLHOS EM ALMA

Com o coração batendo como um tambor no peito, ela se via incapaz de se mover. As mãos esqueléticas, dedos longos e finos como galhos secos de inverno, tocando seu rosto. "A criança dos mundos", suspirou a voz antiga, ressoando não apenas no ar, mas dentro da sua própria mente. Ela queria saber o que isso significava, mas não perguntou porque estava paralisada e o medo começava a se infiltrar em suas veias. Ele havia visto cada uma de suas memórias, tanto as boas quanto as ruins. A criatura de ossos estava admirada com a coragem dela, de ver cada memória e não desabar. Cada memória era deliciosa, saciando sua fome. Tirando a mão do rosto de Amaya, ela pôde sentir seu rosto voltando a ter calor novamente. Percebeu que podia se mexer e Drystan estava ali parado, sem se mexer, como se estivesse preso. Só ela e aquela criatura podiam se mover. A criatura diante dela era assustadora e mortal. Ela se perguntava o que a criatura poderia querer aqui, ou melhor, com ela. Olhando para aquele ser, seus olhos ficaram fixos nos ossos que compunham seu rosto.

- Quem é você? - perguntou ela, com sua voz trêmula. A criatura sorriu, revelando dentes afiados como navalhas.

- Eu sou um Guardião e também sou o que mais temem - respondeu a criatura. Então Amaya não precisou pensar muito, ele era a morte - Há muito tempo, eu vagava por essas terras, observando os corações mortais e feéricos. Eu concedia escolhas boas ou ruins, olhando dentro do seu coração e no seu íntimo, decidindo se deveria lhe conceder alguma coisa. Então olhei seu coração, um coração corajoso mas cheio de medo ao mesmo tempo - ela engoliu em seco ao escutá-lo

- Meu coração é corajoso e medroso? - proferiu ela, encarando as vestes daquele ser.

- Coragem não é ausência de medo - afirmou a criatura. - É enfrentar o medo mesmo quando ele está presente. Você enfrentou suas memórias, as boas e as ruins. Isso é coragem.

A criatura se aproximou dela, e seu coração parecia saltitar. Mas quando ele a olhou bem nos olhos e Amaya viu os ossos onde ficariam os olhos, ela não sentiu medo. Ficou admirada de certa forma, por não sair correndo dele. Ele era assustador de fato, mas parecia que tinha algo diferente nele. 

- Não sou como as outras pessoas, cuja coragem é gigante. Você deve ter se enganado - o Guardião riu, um som estranho e oco.

- Não se engane, criança! O que importa nas pessoas é o que está dentro delas. As verdadeiras qualidades são as que importam, sem elas, é como se tornassem vazias e incompletas.

Amaya olhou para as mãos esqueléticas dele, enquanto pensava que nunca era bom julgar um livro pela capa. Sua aparência assustadora não se remetia ao que ele era. Pelo menos, não à figura que a morte costuma representar. Sombria e cruel, onde tira as coisas que você mais ama.

Destino Entre Os MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora