Eu não quero conversar
Sobre as coisas que nós passamos
Embora isso esteja me machucando
Agora é passado
Eu joguei todas as minhas cartas
E foi o que você fez também
Não há mais nada a dizer
Mais nenhum ás para jogarThe Winner Takes It All do ABBA
21 de Dezembro... Nathália estava fazendo 20 anos de forma oficial. Uma data que para muitas pessoas é sinônimo de comemoração e festa, mas não para Nathália. Para ela aquele dia não poderia ser pior do que já era.
— Cadê a Débora? — Ela perguntou para Emma que estava em sua forma de Kitsune.
Emma não respondeu. O homem em sua frente tinha em torno de 1,90 metros, usava terno bem alinhado no corpo, na cor preta e uma barba de lenhador que o deixava bem intimidador.
— Vocês se acham poderosas, não é? — Ele falou sorrindo. — É interessante como o poder sobe a cabeça rápido demais! A verdade? São só poderosas as três juntas. Separadas não são nada... exceto se estiverem com o bando de vocês.
— Por que diabos, você, Belial, está trabalhando para Zeus? Isso não faz sentido. — Nathália quis saber.
— Brasil é uma terra que não faz sentido. — Belial falou — Um território onde misturas improváveis ocorrem não seria nada estranho. Mas respondendo a sua pergunta: eu não trabalho para Zeus, apenas temos um interesse em comum. Vocês são poderosas, mas já morreram várias vezes. E estou aqui para pôr fim nisso de uma vez, já que matar vocês quando estão no mesmo tempo e espaço, significa que o círculo será fechado. Em outras palavras: sem reencarnação.
Belial sorria divertido. Emma olhou para o lado como se visse alguém. Nathália olhou também e nada viu além de uma rua deserta. O tempo estava encoberto e parecia que iria chover, o lugar do Cristo Redentor, outrora uma das sete maravilhas do mundo, estava vazio. Emma voltou seus olhos para Nathália e ela entendeu que Belial não estava blefando.
— Está ficando fraca, Emma? — Belial começou a se mover com delicadeza em seus passos. — Não acha que está na hora da morte?
Emma, como se tivesse recebido uma ordem, caiu. Nathália correu para segurar ela e se moveu para sair dali correndo com o corpo da Emma que mal conseguia se firmar.
A corrida era sem um ritmo adequado e Nathália fazia força para arrastar a amiga. As duas estavam sozinhas.
— Eu peço que seja respeitado o pacto e a declaração de Deus! — Nathália grita!
— Esse pacto não é para sereia..— Belial ri atrás.
"Droga! Precisa dar tempo!" Nathália pensou. Tinha esperança, só uma única esperança.
— A verdade se revelará, a justiça será vingada e a esperança reinará. Minha resposta é a verdade! — Nathália falava em voz alta para ninguém.
— Eu errei! — Emma falou baixinho enquanto era carregada e sorriu.
A corrida, que Belial acompanhava com diversão pois sabia que não poderiam sobreviver, se seguiu até Emma levantar os olhos e notar Azrael caída no chão e Metatron perto.
— Então é isso? — Nathália perguntou. — Eu acho que vou descer. Espero que seja de tobogã.
Então uma espada transpassou seu corpo. Emma caia naquele mundo e em outro lugar do tempo, outra Emma acordava.
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Conselho dos Deuses - A Maldição De Sísifo
General FictionRio de Janeiro, Brasil, 2025. Quando uma Guerra Nuclear destrói mais da metade da vida humana no planeta Terra, não foram só os humanos que sofreram. Do outro lado do véu que separa o nosso mundo do mundo sobrenatural, outra bomba nuclear atingiu. C...