Epílogo

10 2 62
                                    

        Existem centenas de realidades por aí. Cada uma com sua história própria e personagens únicos. Alguns desses personagens são velhos conhecidos, outros são novos e alguns já foram vistos em algum momento. Seja como for, a história de cada realidade é única. E é em uma dessas que nossa história terá sequência no futuro. Vamos conhecer?

        Abner acordou sozinho na cama. Ele não se preocupou com isso, afinal, sentia a presença dela ainda. Seu perfume era totalmente inconfundível, todos sabiam disso, ela também.

        Abner tinha os olhos claros, seu corpo era definido na base do possível, e seu rosto... Ele não era tão bonito, porém, sabia ser charmoso quando podia. Quando ela adentrou no quarto, não pôde esconder uma leve ereção. A garota ruiva, olhos azuis e corpo pequeno, estava nua. 

        Seus seios eram médios, suas coxas eram grossas e seu bumbum... Bom, ele não via, mas sabia que era bem arrebitado.

        — Que pecado! — Ele falou com um olhar de predador.

        — Pecado é olhar e não comer.

        Ele não aguentou. Puxou a garota e a jogou na cama. Assumindo o controle da situação, beijou-a. Depois foi dando pequenos beijos e mordidas na orelha, pescoço, seios, vulva. Ele fez carinho no clitóris dela. Os beijos e chupões levaram alguns minutos, depois a ruiva montou nele como uma jóquei experiente. No fim, saiu com vários arranhões nas costas.

        Ele não se preocupou em não gozar dentro dela. A ruiva não teria problema em engravidar... Só se quisesse. E ele sabia que ela não queria.

        — Será que vou para o inferno por causa disso? — Ele perguntou olhando para a mulher.

        — Por fazer sexo? Não. Pessoas vão para o inferno por outros motivos. — Ela falou colocando o cabeça no peito de Abner . — Sexo não é pecado. Pecado é o que muitos fazem depois.

        — Que seria?

        — Todo ato tem consequência, Abner. Não tem como fugir do que você fez. Águas passadas, são águas passadas. O que importa é o agora.

        Abner passou a mão nos cabelos ruivos da garota. O nome dela? Ela tinha vários. Cada povo chamava ela de algum nome diferente. Já foi homem, Mulher, monstro... Independente do nome que tivesse, Abner a conhecia por um só.

        — Azrael o anjo da Morte. E pensar que eu transei com a Morte. — Ele falou sorrindo.

        — Não vai se alegrando, querido! Você não foi o único.

        — Mas eu fui o melhor?

        Azrael sorriu. Era incrível como só perto dele ela conseguia sorrir.

        Ela tinha um problema que a seguia desde que se lembrava. Não conhecia sua origem. Sabia que em algum momento fora humana. Afinal, muitos anjos são humanos. Principalmente os príncipes, dos quais ela fazia parte. Tinha uma regra de que ninguém deveria dizer quem foram na Terra. Entretanto, no caso dela nem sequer saberia dizer já que sua memória foi apagada justamente quando foi transformada. O porquê, ninguém sabia. E se tinha alguém que sabia, esse alguém não falava. 

        Claro, podia perguntar para Deus, mas o criador não daria a resposta que ela queria, mas que precisava. Tudo era complicado no mundo dos anjos.

        — Tchê! E tu não vai me dizer nada sobre o Victor, né? — Abner perguntou.

        Abner era natural de uma cidade no interior do Rio Grande do Sul. Nunca foi alguém de sucesso ou que não fosse considerado um fracasso de ser. Na verdade, ele tinha muitas vezes desejado a morte. Até porque não tinha esperança no futuro. E foi no dia que foi raptado que sua vida realmente mudou. Sua morte não seria sentida por ninguém. Provavelmente levaria anos para alguém dar conta do sumiço dele. Mas foi naquele dia que conheceu Victor, que tudo mudou.

Conselho dos Deuses - A Maldição De Sísifo Onde histórias criam vida. Descubra agora