Capítulo XXVII

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ENJOLRAS
É hora de todos nós
Decidir quem somos
Será que lutamos pelo direito
De ter uma noite de ópera agora?
Você já se perguntou a si mesmos
Qual é o preço que pode pagar?
É simplesmente um jogo
Para meninos ricos jogarem?
A cor do mundo
Está mudando a cada dia ...

Vermelho - o sangue de homens com raiva!
Preto - o escuro dos séculos passados!
Vermelho - um mundo prestes a amanhecer!
Preto - a noite que termina no último

Red and Black de Les Miserables

       

        21 de Dezembro, o dia amanheceu como qualquer outro dia do ano. Nathália sabia que era hora da sua última missão. Por algum motivo escolheu uma roupa rosa para isso. Um rosa numa tonalidade forte. Não, ela não era nada patricinha ou Barbie, só gostava realmente do rosa. 

        No céu uma tempestade se formava. Raios pareciam dançar trazendo o prenúncio do que se aproximava. Nathália, em meio a um desses raios, vê a imagem de um búfalo. Não é exatamente uma imagem que se espera ver.

        Ela se lembra de dois dias antes quando ainda estava com as górgonas. Ela viu Jordana, que era conhecida como Euriale, fazendo tatuagens e pediu uma. A Górgona olhou para ela e tirou um cigarro que fumava.

        — O que vai querer, loirinha? 

        Nathália pensou por um instante e só pensou em algo que tinha vindo em sua mente algumas horas antes. No mesmo dia que chegou lá, conheceu a empregada das três. Uma mulher humana comum e simples. Era uma baiana que estava no Rio de Janeiro já algum tempo e quando a viu, a mulher gritou como se tivesse visto um fantasma ou uma divindade. Sabendo o que já sabia, poderia ser qualquer um dos dois, mas se lembrou da conversa com Aina e notou algumas coisas. Talvez uma forma de sobreviver a tudo aquilo. Uma forma de enganar a morte 

        — Quero um búfalo e uma borboleta. — Ela falou por fim.

        — Combinação estranha! Mas quem sou eu para julgar?

        Agora, depois de tudo isso, ela se encontrava sozinha. Faltavam 4 dias para o Natal cristão e aquele era o seu, o mundo mudaria depois daquilo. Como sempre acontecia.

        Ela ainda olhava para o céu quando notou a presença de uma única pessoa na rua naquele momento. Ela se aproximava do centro da onde tudo começou cinco anos atrás.

        — Você demorou. — Emma gritou para ela.

        — Eu estava na casa da Medusa e das irmãs delas. — Nathália falou.

        — Já conheci elas. Não gostei muito da Medusa não. Ela ficava estranha perto de mim e aquelas irmãs dela pareciam saber de algo sujo.

        Nathália sorriu e a abraçou. 

        — Senti a tua falta! — Ela falou.

        — Também senti a tua. — Emma disse.

        — Cadê a Débora? O que fizeram na minha ausência?

        — Fodemos como dois animais no cio. — Emma respondeu e Nathália levantou uma sobrancelha. — Relaxa! Tô zuando. Não vou trair nossa relação amorosa. Só fiquemos na casa da Denise e ela tá ocupada com algo. Quando for a hora certa.

        — Está escondendo algo? — Nathália perguntou

        — E você está? 

        — Está pronta para o que está perto de acontecer? — Nathália ignora a outra.

Conselho dos Deuses - A Maldição De Sísifo Onde histórias criam vida. Descubra agora