Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes no peito atingido
Animal arisco
Domesticado esquece o riscoFera Ferida — Maria Betânia
Rio de Janeiro, Brasil, 5 anos depois.
Uma mulher negra, careca, sem nenhum pêlo no corpo e usando roupas, jóias e outras coisas equivalente ao PIB do país, retira seu óculos escuros que deve ter custado um ano de salário do Neymar. Ela sai da sua Lamborghini Aventador. Seu nome é Denise Ferreira.
O lugar é um uma delegacia de polícia e a imprensa toda está no local atrás de uma faixa que tentava afastar a todos. Somente policiais e investigadores poderiam ultrapassar aquela barreira. Denise fingiu que não era nada e passou por baixo. Alguns policiais viram, mas fingem de cegos perante a mulher que caminhava como se fosse a pessoa mais importante e poderosa do lugar, afinal, ela era.
— Denise Ferreira chegou aqui e se dirigiu até a delegacia onde houve o crime. Se ela está aqui, pode não ser a jurisdição da polícia comum. — Uma repórter fala enquanto a câmera filma a Denise de longe. — Se a situação chegou ao nível da Denise sair de sua casa, então podemos estar no meio de algo muito grande.
Denise caminha tranquilamente e ignora todos os homens e mulheres que parecem estar com medo dela. É um sentimento que a mesma gosta de ver nas pessoas, mesmo que às vezes pareça chato.
A delegacia não ficava no centro, mas em um bairro simples e em uma rua não muito movimentada. O local era até grande e tinha uma sala na entrada até muito espaçosa. Quando Denise entrou, viu corpos de polícias no chão e vários objetos jogados por todos os lados. Não precisava ser um gênio para descobrir o que aconteceu.
Ela também carregava uma pasta grande na mão e tentava olhar cada mínimo detalhe do lugar antes de abrir sua pasta e tirar o que tinha ali dentro.
— Olá! Sou o detetive Paulo! — Um homem cumprimentou. Ele estendeu a mão mas foi ignorado por Denise. Ele abaixou o braço sem mostrar estar ofendido — Realmente parecia ser uma das coisas que você investiga.
— Vocês pegaram alguma coisa que estava além da capacidade de vocês, não é? — Denise que olhava o teto abaixou a cabeça para encarar o homem.
— Ninguém acredita nessas coisas até elas aparecerem. — O detetive falou.
Denise foi até um homem morto e o legista se afastou com medo. Ela se abaixou e foi olhando o corpo que tinha os olhos saltados para fora e orelhas sangrando por dentro.
— O que dizem que foi? — Ela perguntou.
— Som alto. Muito alto. Quase como uma turbina de avião. Na verdade não precisou de testemunhas, possuímos o vídeo que mostra exatamente como foi.
— Homem ou mulher?
— Tem importância?
Denise olhou para o policial.
— Nesse mundo tem. Ajudará a entender o que está acontecendo.
— Uma mulher, na verdade uma menina. A garota tem uns 15 anos. Quem poderia imaginar...
— Que era um monstro? — Denise se levantou e olhou o detetive. — Vocês humanos julgam muito pela aparência física. Às vezes dá pena!
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Conselho dos Deuses - A Maldição De Sísifo
Ficción GeneralRio de Janeiro, Brasil, 2025. Quando uma Guerra Nuclear destrói mais da metade da vida humana no planeta Terra, não foram só os humanos que sofreram. Do outro lado do véu que separa o nosso mundo do mundo sobrenatural, outra bomba nuclear atingiu. C...