Prólogo - Ashley Parker

506 40 7
                                    

Atenção: este capítulo contém gatilho.
.
.

A que ponto nosso relacionamento chegou a isso? Não foi assim que me imaginei com o Owen.

Ele só vive bebedo e drogado, quando não está sobre efeito de algo, está me irritando. Como agora.

Estamos juntos a um ano, mas, ele nem sempre foi assim. Nos primeiros meses ele era romântico e carinhoso, depois disso passou para um cara agressivo e totalmente descontrolado. Ou talvez ele sempre tenha sido assim, apenas não reparei.

Eu não consigo sair disso... talvez eu seja uma idiota por acreditar que ele ainda tenha chance de mudar?

Sabe o que é imaginar um futuro com uma pessoa? Sabe o que é imaginar tendo filhos com ela? É difícil pra caralho simplesmente esquecer isso. Como eu disse, o Owen nem sempre foi assim.

Eu estou cansada mentalmente, não sei se aguento mais viver assim.

Saio dos pensamentos quando sinto suas mãos na minha cintura, me afasto rapidamente.

- Não, Owen. Você não sabe conversar, só pensa nisso. - falo alto.

Me viro para lhe olhar.

Ele me encara de volta, com aquele olhar de que me mataria se pudesse. Eu não duvido que um dia faça isso, e quer saber? Eu nem me importo.

- Por que está gritando, Ashley? Já te disse que não falasse comigo assim. - se aproxima novamente com uma expressão nada boa.

- Me desculpa. - falo rapidamente pois, já sei o que pode vim por aí.

Sinto o medo tomar conta do meu corpo quando vejo ele sorrir.

- Sem desculpas. Agora você vai fazer o que eu quero, ou eu bato em você de novo, me ouviu? Você quer ficar com outra marca no rosto? - respondo que não com a cabeça.

Ele me prende em seus braços e me leva para cama, me deixando imobilizada.

- Não, Owen. Por favor... - sinto meus olhos arderem.

Sua mão acerta meu rosto com um tapa forte. Me calo no mesmo instante.

- Fique quieta, droga! - grita no meu rosto.

Ele me mantém presa, enquanto tira toda minha roupa. Me debato tentando me soltar, mas não tenho sucesso.

- Não. - imploro novamente.

- Ah, Ashley. Você está muito gorda, precisa parar de comer. Ou eu vou precisar te trancar no quarto de novo? - diz observando meu corpo.

Se eu ficar mais magra que estou agora, sobrará apenas o esqueleto. Perdi muitos quilos desde que começamos a morar juntos, ele regula minha comida, já me trancou no quarto quando comi "demais", segundo ele.

Sinto sua boca no meu corpo, e uma mordida forte na minha barriga.

Meus soluços saem mais alto, então ele rapidamente enfia a blusa que eu estava vestindo na minha boca, me mantendo em silêncio.

Não é a primeira vez que isso acontece, mas, sinto que dessa vez está sendo pior. Preciso acabar com isso. Ele me manipula, mexe com minha cabeça. Estou ficando louca.

Sinto seu membro entrar em mim de vez. Owen geme sentindo prazer, mas, eu só consigo chorar. Eu disse não, qual o problema dele? Me sinto suja. Imunda.

Sua mão me sufoca no pescoço, quase me tirando o ar. Ele olha nos meus olhos, provavelmente vermelhos pelo choro e sente prazer, eu vejo refletido no seu rosto. Ele gosta de me ver assim.

Tento desviar o olhar, mas ele segura meu rosto com força, me forçandoa lhe encarar. Estou no inferno!

- Não tire os olhos de mim. Quero ver seu rostinho assustado. - fala no meu ouvido.

(...)

Pareço um cadáver. Não me mexo, nem falo, apenas sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Owen terminou o serviço e saiu dizendo que ia beber. Eu fiquei aqui na cama como uma estátua. Ainda nua, encolho meu corpo feito um bebê e grito. Grito por tudo que está entalado dentro de mim por causa desse relacionamento. Pelas mulheres que passam pelo mesmo que eu todos os dias.

Preciso agir, não posso viver assim, mas qual seria a chance de sair disso viva?

Me mexo olhando para a mesinha ao lado da cama. Ele deixou a arma ali. Me estico pegando ela, checo se tem balas. Tem duas, mas eu só preciso de uma.

Respiro fundo e aponto para minha cabeça. Vai ser rápido, Ashley. Você precisa sair disso!

Destravo a arma e fecho os olhos. Um filme dos últimos anos se passa na minha mente. Todos os momentos tristes e todos os momentos felizes.

Abro o olho encarando o teto. Eu não posso fazer isso comigo. Não posso me deixar levar por momentos tristes. Preciso agir de outra forma!

Levanto da cama deixando a arma lá, ando até o guarda roupa e ponho uma roupa confortável. Procuro por uma mala e enfio tudo meu lá, não pego tudo, não quero levar coisas que me lembre ele.

Procuro nas coisas do Owen por dinheiro, encontro uns dez mil dentro da gaveta. Levanto olhando em volta. Não me esqueci de nada.

O pior de tudo é não ter celular, ele quebrou o meu dizendo que eu não precisava dele.

Saio do quarto indo para a saída, calço um sapato e saio da casa. Olho uma última vez para a casa e ando em direção a um ponto de táxi que fica aqui perto.

Acabou! Ele não vai me achar.

.
.
.
.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quantos Segredos Você Pode Guardar? - Livro ÚnicoOnde histórias criam vida. Descubra agora