Capítulo 10 - Ashley Parker

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Eu costumo escutar música durante uma cirurgia no hospital , mas aqui é impossível. Estou fazendo um serviço ilegal, num local ilegal. O ambiente não é propício.

Entretanto, até que uma música cairia bem. A porta fica fechada, mas não é aprova de som, então escuto tudo do lado de fora.

Se escuta barulho de pacotes sendo jogados no chão, gritaria, risadas, tiros disparados em latinhas, e outros que não sei identificar. Homens já são barulhentos, sendo traficantes então...

O corpo à minha frente é de um homem jovem, acho que minha idade. Tem cabelos loiros e tatuagens pelo corpo. Fico me perguntando o que ele fez para acabar assim como os outros. É sempre homens.

Já que não preciso ser cuidadosa, pois ele está morto, e nem ter cuidado para que não morra durante a cirurgia, desconto todo o estresse no homem.

Assim que os órgãos estão todos à mostra analiso um por um. Quase todos estão em perfeito estado, o Alaric vai ganhar bastante com esse.

Apenas o coração custa R$225.600,00 no mercado negro. É eu andei pesquisando. Até pele eles vendem por lá.

Pessoas dão duro em trabalho honesto, para pessoas como o Alaric ganhar milhões vendendo órgãos, drogas, armas e todo o resto. A vida é injusta pra caralho!

O pior de tudo isso é, talvez, eu fizesse o mesmo. Sabe aquela história de fazer um jantar secreto com carne humana porque os amigos estavam em uma péssima situação financeira? Eu não julgo, se tivesse coragem faria o mesmo.

"Dinheiro não trás felicidade", talvez não, mas ajuda muito. E quem não queria ser rico?

(...)

Estou prestes a ir embora desse lugar, mas ouço ele me chamar.

— Ashley, pode vim aqui? — me viro lhe olhando.

Penso em dizer não, mas não sou louca de enfrentar esse homem de novo.

Caminho até sua sala, ele abre espaço para que eu passe, fechando a porta em seguida.

— Preciso que olhe meu corte. — diz.

Vai até a mesa e de repente as paredes de vidros ficam escuras, não se vê nada do lado de fora, eles também não devem ver aqui dentro.

Alaric tira a blusa, e vejo a cena em câmera lenta. Que isso, não posso mais ver um homem sem camisa que fico assim?

Parece que coisas proibidas se tornam mais atraentes.

Olho para o corte, está horrível.

— O que você fez? — me aproximo tocando seu abdômen.

— Exercícios físicos, preciso manter o corpo, ou você acha que isso tudo é mágica? — diz como se fosse óbvio.

— Preciso dos materiais para ajeitar esses pontos. — falo analisando o local.

— Vou pegar. — sai da sala.

Ele volta minutos depois com os materias que preciso, me pergunto como sabe disso, mas ignoro esse pensamento.

Ele deita no sofá, e eu fico sentada ao seu lado. Assim como no outro dia sinto ele me encarar e quanto trabalho.

— Você tem fetiche em encarar as pessoas? — pergunto sem lhe olhar.

— Te intimido assim? — ouço perguntar.

— É desconfortável, imagina se eu fizesse o mesmo com você? — lhe olho.

Ele dá uma risada.

— Beleza. — me encara de volta.

Ficamos nesse duelo por alguns até ele desviar o olhar e levantar.

— Já pode ir se terminou. — que mudança de humor.

Levanto e saio da sala. Por breves minutos esqueci que ele é o mesmo Alaric que me contratou ilegalmente.

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