Capítulo 13 - Ashley Parker

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Assim que chego no galpão a primeira coisa que percebo é que os homens não me olham mais, parecem ter medo de olhar para mim, e sei que o Alaric provavelmente resolveu o assunto que falei.

Dante surge na minha frente parecendo tenso.

— Direto pra sala. — diz.

— Para onde mais eu iria? — cruzo os braços confusa.

Ele sai da minha frente e me acompanha até a sala. Olho em volta procurando pelo Alaric mais não lhe vejo, até sua sala está no modo escuro.

Assim que entro, Dante vai embora me deixando a sós com o corpo. A primeira coisa que vejo é o tanto de sangue no chão. E a segunda é um corpo de uma mulher cheios de tiros. Meu corpo fica imóvel. Eu nunca vi uma mulher aqui antes e isso me deixa mal. O que ela pode ter feito de tão ruim? Sério...

Não dá para salvar nenhum órgão aqui, quando eu disse que ela estava com o corpo cheio de tiros eu não estava brincando. Não tem nenhum lugar em seu corpo que não tenha um buraco da bala. Acho que vou vomitar...

Saio da sala antes mesmo de colocar qualquer coisa. Vou em direção a sala do Alaric. Forço a porta e ela está aberta. Assim que entro vejo ele mexendo no computador concentrado. Ele nota minha presença e levanta com a expressão de raiva.

— Ficou maluca? — fala alto.

Fecho a porta e entro.

— Você acha que eu sou caixão? Aquele corpo ali não dá para aproveitar nem o sangue. — falo irritada.

Ele bufa e anda na minha direção.

— Quem mandou entrar aqui assim? — diz quando já está próximo o suficiente fazendo com que eu levante o rosto para olhar em seus olhos.

— Por que matou aquela mulher? Meu Deus, quantos tiros ela levou? — abaixo a voz.

Ele dá uma risada.

— Quem você pensa que é para me perguntar isso? Minha dona? — sua expressão se torna sombria, como naquele dia que me imprensou contra a porta no meu apartamento.

Penso antes de falar.

— Eu quero saber por que sou mulher, Alaric. — digo.

Ele me encara por alguns segundos e diz:

— Você acha que ela não merecia morrer por ser uma mulher? Eu estou pouco me importando para o gênero dela. Ela mereceu morrer assim como todos os outros que você retirou os órgãos. Então, Ashley. Não me questione outra vez sobre quem decido matar. Eu mando aqui, entendeu? Se você não dá conta o problema é seu. Agora volte lá e faça o que eu pedi, antes que eu me arrependa de não ter te matado antes. — não consigo falar mais nada depois disso tudo que disse.

Tudo que estava sentindo por ele desabou bem aqui. Esse é o verdadeiro Alaric.

— Vai lá, faz. — lhe olho prestes a explodir de raiva. — ME MATA, ALARIC. — falo alto.

Ele fica surpreso com meu pedido.

Não consigo pensar em nada que não seja esse momento. Estou agindo por impulso eu sei, mas é o que eu sou. Não tenho controle sobre o que digo e faço.

— VAI SE FUDER! — grito.

Saio da sala em direção ao estacionamento.

Não dá, não quero mais fazer isso. Eu não consigo passar por toda aquela pressão e ansiedade de novo. Viver com medo e de mentiras...

Respiro fundo e saio daquele lugar às pressas. Meu telefone toca, é o Dante, ignoro.

(...)

Vou direto para o meu apartamento, não posso encontrar o Ethan nesse estado.

Entro e vou direto para o meu quarto, mas a cena que vejo me tira o chão. Owen, deitado na minha cama, me encarando.

— Sentiu saudades, bonequinha? — sorri.

Fico paralisada.

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